O emir Sabah al-Ahmad al-Sabah, líder do Kuwait, morreu aos 91 anos, de acordo com um anúncio oficial.
Sabah comandava o país desde 2006 e guiou a política externa do emirado por 40 anos. Ele será sucedido pelo irmão, o príncipe herdeiro Nawaf al-Ahmad al-Sabah, 83. O emir havia passado por uma cirurgia e depois levado aos EUA para tratamento médico em julho, segundo a agência estatal de notícias Kuna.
A família al-Sabah comanda o Kuwait desde o século 18. Quarto filho do emir à época, Sabah nasceu em 1929 e passou a atuar no governo aos 25 anos. A partir de 1963, tornou-se ministro das Relações Exteriores, cargo que exerceu até 2003, quando se tornou primeiro-ministro.
Ele não era o primeiro nome na linha de sucessão, mas assumiu o comando do país em 2006, porque o príncipe herdeiro Saad al-Abdullah al-Sabah foi destituído após sofrer um grave problema de saúde.
Ao longo da carreira, o emir buscou aproximar o país de seus vizinhos. Criou laços fortes com a Arábia Saudita e retomou as relações com o Iraque, que invadiu o Kuwait em 1991 e gerou a Guerra do Golfo. Naquela ocasião, o país foi libertado por uma ação militar dos EUA. Sabah também buscou diálogo com o Irã, rival dos sauditas, e mediou tensões entre os países da região e o Qatar.
Em 2011 e 2013, na época da Primavera Árabe, houve protestos contra o governo no Kuwait. Na repressão aos protestos, pessoas foram presas por criticar o emir.
O Kuwait tem 3 milhões de habitantes e cerca de 6% das reservas globais de petróleo, em uma área de 17,8 mil km², pouco menor do que o estado de Sergipe. O dinheiro do petróleo garantiu muita riqueza ao país. No entanto, a mudança no poder ocorre em um momento em que o emirado enfrenta dificuldades econômicas devido à queda nos preços dos combustíveis e pela pandemia.
A sucessão não deve afetar a produção de petróleo no país nem sua estratégia de investimentos no exterior. A Autoridade de Investimento do Kuwait é um dos maiores fundos de riqueza soberana do mundo. O Kuwait segue como aliado dos Estados Unidos na região do Golfo Pérsico. Cerca de 13 mil militares americanos atuam em bases no país.
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