No dia seguinte ao anúncio de novas medidas de restrição, o Reino Unido registrou o número diário mais alto de infecções por Covid-19 no país desde 1º de maio.
Os dados desta quarta (23) indicam 6.178 novos casos. Houve também 37 mortes de pessoas que tiveram diagnóstico positivo recente para coronavírus.
Desde o começo da pandemia, o Reino Unido soma 409.729 contágios e 41.862 óbitos relacionados à doença, o maior número de vítimas da Europa.
Na terça (22), o premiê Boris Johnson pediu aos britânicos que voltem a trabalhar de casa sempre que possível e ordenou a bares e restaurantes que passem a fechar às 22h. Escolas e universidades seguirão abertos.
O uso de máscaras será fiscalizado com mais rigor, com multas que podem chegar a 200 libras (cerca de R$ 1.420) para quem não utilizar o item de proteção.
Para negócios que não exigirem o uso de máscara em suas dependências, a punição pode superar 10 mil libras (R$ 70,8 mil) e provocar até mesmo o fechamento do local.
Boris disse que provavelmente as medidas deverão durar seis meses. Em setembro, o país entra no outono, estação que marca o início da temporada de frio, época em que doenças respiratórias tendem a se espalhar com maior facilidade.
"Devemos tomar medidas agora. Desse jeito, podemos manter as pessoas trabalhando, e lojas e escolas, abertas, enquanto nosso país avança para conter o vírus", disse o premiê.
A medida gerou críticas de vários lados. Comerciantes dizem que as restrições vão gerar mais problemas econômicos e aumentar o desemprego, especialmente em bares e restaurantes.
Por outro lado, não está claro se as novas medidas serão suficientes. Líderes regionais determinaram regras próprias e mais rígidas. Na Escócia, o governo passou a proibir encontros entre pessoas que vivem em casas diferentes, por exemplo.
Especialistas apontam que, sem medidas de restrição adequadas, o país poderá atingir uma média de 50 mil casos por dia em meados de outubro, número quase dez vezes superior ao atual.
O governo de Boris foi questionado no início da pandemia por demorar a adotar medidas de restrição. O próprio premiê contraiu a Covid-19 e chegou a ficar em estado grave, mas se recuperou.
Uma pesquisa feita pelo instituto YouGov mostrou que 78% dos britânicos apoiam medidas de restrição, sendo que 45% afirmam acreditar que elas deveriam ser mais rígidas.
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