Argentina 'cresce' em novo mapa com área marítima e Antártida

Novos limites da plataforma continental do país devem impactar pesca na região

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Buenos Aires

O governo argentino formalizou os novos limites da plataforma continental do país, que passa agora a ter 1,7 milhão de quilômetros quadrados a mais em sua superfície submarina. Isso permitirá, entre outras coisas, que o governo argentino decida como será a exploração de recursos nessa área —principalmente no caso da pesca.

O processo de expansão do território argentino não vem de hoje. Em 1995, durante o governo do peronista Carlos Saúl Menem, foi estabelecida uma Comissão Nacional do Limite Exterior da Plataforma Continental. Para juntar a documentação para enviar a reivindicação à ONU pela soberania de uma área maior da plataforma continental oficial foram realizadas expedições científicas que permitiram mapear o tamanho da superfície submarina dos limites do país.

Novo mapa dos espaços marítimos argentinos, que será distribuído para escolas do país
Novo mapa dos espaços marítimos argentinos, que será distribuído para escolas do país - Divulgação

Em 2016, a reivindicação foi levada à ONU, com uma extensa documentação técnica para provar que o país, debaixo d'água, seria muito maior do que o estabelecido antes. A solicitação foi aprovada.

Porém, esta não incluía duas reivindicações argentinas nunca aceitas e até hoje muito polêmicas. Uma delas é a de um pedaço do território da Antártida, que já era pedido na época do general Juan Domingo Perón (1895-1974).

Além disso, também o arquipélago das ilhas Malvinas/Falklands, que são um estado associado ao Reino Unido. A luta pelas ilhas é parte da cultura política argentina. Tanto peronistas como antiperonistas defendem que as ilhas, localizadas a 500 km da costa da Patagônia, são parte do território argentino.

Em 1982, durante a ditadura militar, as Forças Armadas argentinas invadiram o arquipélago, provocando a Inglaterra a entrar numa guerra que acabou vencendo. Com isso, as chances de obter a soberania das ilhas diminuiu muito. A ONU, porém, ainda incentiva que os dois países dialoguem sobre o tema.
A maioria dos habitantes das ilhas é de ascendência britânica e, em referendo realizado em 2013, decidiu permanecer associada ao Reino Unido.

Em agosto deste ano, o Congresso argentino determinou, ainda assim, que seja divulgado por meio de material escolar um novo mapa do país, que inclui essa extensão do subsolo marítimo aceita pela ONU e, ainda, os territórios reivindicados, porém não reconhecidos oficialmente, de parte da Antártida (ainda não reconhecido oficialmente) e das ilhas Malvinas/Falklands.

O governo argentino informou que já foram impressos novos mapas para todas as escolas públicas argentinas e agora se trabalha na confecção de novos mapas marítimos para navegação.

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