Delegação de Israel chega ao Bahrein para formalizar relações com o país

Acordo foi mediado por Donald Trump, que busca vitória na política externa, com vistas à reeleição

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Manama (Bahrein) | Reuters e AFP

Uma delegação israelense chegou ao Bahrein neste domingo (18) para formalizar as relações diplomáticas com o país do Golfo, em uma cerimônia a ser realizada em Manama, capital do arquipélago.

Ambos os lados assinarão um documento que marca o estabelecimento da relação, decorrente do pacto firmado há pouco mais de um mês, em Washington, e supervisionado por Donald Trump, aliado de Israel.

Trump busca uma vitória na política externa para aumentar as chances de reeleição no pleito presidencial dos EUA em novembro —o apoio a Israel é uma posição popular entre eleitores evangélicos.

Israel e Bahrein assinaram uma "declaração de paz, cooperação e relações diplomáticas e amigáveis ​​construtivas" em uma cerimônia na Casa Branca, em 15 de setembro. O documento ficou aquém de um tratado formal, mas funcionou como uma carta de intenções para a oficialização deste domingo.

O diretor do Conselho Nacional de Segurança de Israel,  Meir Ben-Shabbat (à esq.) e o Secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, desembarcam no aeroporto do Bahrein
O diretor do Conselho Nacional de Segurança de Israel, Meir Ben-Shabbat (à esq.) e o Secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, desembarcam no aeroporto do Bahrein - Ronen Zvulun -18.out.20/AFP

Após o acordo de paz Egito-Israel, em 1979, e o trato com a Jordânia, em 1994, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein se tornaram o terceiro e o quarto países árabes a normalizarem relações com Israel.

Os palestinos condenaram esses acordos, classificados de traição às aspirações de criar seu próprio estado independente. A delegação de Israel —que decolou em um voo fretado a partir do aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv— está acompanhada pelo Secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.

Em uma cerimônia com Mnuchin antes da decolagem, o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Avi Berkowitz, disse que o acordo possibilitaria o turismo e as relações bancárias e diplomáticas.

"Acho que a oportunidade vai além de investimentos", acrescentou Mnuchin a repórteres. "Está também na tecnologia, construindo diversos negócios diferentes —e, no caso do Bahrein, expandindo radicalmente as oportunidades a eles."

Na chegada da delegação ao Bahrein, o ministro das Relações Exteriores do país, Abdullatif Al-Zayani, afirmou que o ”engajamento e a cooperação são os meios mais eficazes e sustentáveis para trazer uma paz genuína e duradoura que salvaguarde os direitos dos povos do Oriente Médio”.

Embora menos rico em petróleo do que os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein —anfitrião da Quinta Frota da Marinha dos Estados Unidos— tem significado geoestratégico.

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