Filha do rei da Bélgica ganha o direito de ser reconhecida como princesa

Artista venceu disputa judicial de sete anos para provar que o rei Albert 2º era seu pai

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Bruxelas | Reuters

Após uma disputa judicial de sete anos para provar que era filha do rei Albert 2º da Bélgica, uma artista belga ganhou o direito de ser reconhecida como princesa.

A Justiça belga concedeu o título a Delphine Boël após ela provar, por meio de teste de DNA, que o rei era seu pai. A partir de agora, ela também adotará o sobrenome real —passando a se chamar Delphine de Saxen-Coburg e Gotha, princesa da Bélgica— e terá seus dois filhos reconhecidos como príncipe e princesa.

Delphine Boël na última audiência do processo que a reconheceu como princesa
Delphine Boël na última audiência do processo que a reconheceu como princesa - Eric Lalmand - 10.set.20/AFP

Em nota, os advogados de Boël afirmaram que ela está feliz com a decisão da corte, “que encerra um processo longo e particularmente doloroso para ela e sua família”. “Uma vitória legal nunca substituirá o amor de um pai, mas oferece um sentimento de justiça”, disseram.

Com a decisão, ela receberá tratamento semelhante aos outros três filhos de Albert, incluindo o atual rei Philippe.

A artista é fruto de um caso extraconjugal entre Albert e a baronesa Sybille de Selys Longchamps. Ela chegou a conhecer o pai na infância e a apelidá-lo de Papillon (borboleta, em francês); no entanto, passou mais de 20 anos pedindo reconhecimento, sem sucesso.

Ela entrou na Justiça em junho de 2013. Acredita-se que o processo tenha corroborado para a abdicação de Albert do trono, menos de um mês depois. No mesmo dia, a baronesa Longchamps falou publicamente do caso pela primeira vez, em entrevista à TV belga.

“Pensei que não podíamos ter filhos porque eu tinha tido uma infecção. Não tomamos precauções”, afirmou à época. O caso durou 18 anos, de 1966 a 1984 —Boël, que recebeu o sobrenome do padrasto, nasceu em 1968. “Foi um período lindo. Albert não foi uma figura paterna, mas era muito terno com ela.”

Após anos negando publicamente a paternidade, o rei teve de fornecer uma amostra de saliva em janeiro, sob pena de pagar multa de € 5.000 (R$ 33 mil) para cada dia em que se recusasse a colaborar. O resultado positivo o obrigou a reconhecer Boël como sua filha já no início do ano, mas era esperado que a decisão judicial sobre o título de nobreza fosse expedida apenas no fim de outubro.

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