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Pesquisas não têm valor se eleitores ficarem em casa, diz Obama em comício de Biden

Ex-presidente criticou resposta de Trump à Covid em 1ª aparição presencial na campanha

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Belo Horizonte

O ex-presidente Barack Obama apareceu presencialmente pela primeira vez em um evento de campanha de Joe Biden, seu ex-vice, na noite de quarta-feira (21) e pediu aos americanos que compareçam às urnas.

"Não estou nem aí para as pesquisas. Houve um monte de pesquisas da última vez, e não deu certo porque as pessoas ficaram complacentes em casa", disse ele sobre as eleições de 2016, quando o baixo comparecimento dos democratas foi um dos fatores que prejudicaram a candidatura de Hillary Clinton.

O ex-presidente Barack Obama faz campanha para Joe Biden, candidato democrata à Presidência, na Pensilvânia
O ex-presidente Barack Obama faz campanha para Joe Biden, candidato democrata à Presidência, na Pensilvânia - Kevin Lamarque/Reuters

O comício ocorreu na Filadélfia, a maior cidade da Pensilvânia, um estado-pêndulo, que ora vota em republicanos, ora em democratas, e, por isso, seu peso pode ser decisivo nas eleições de 3 de novembro.

Segundo o site FiveThirtyEight, que compila as principais pesquisas nos EUA, Biden lidera no estado com 50,4% das intenções de voto, contra 44,2% do presidente Donald Trump. Os resultados não são muito diferentes daqueles dos levantamentos nacionais: neles, o democrata tem 52,1%, e o republicano, 42,2%.

Trump venceu na Pensilvânia em 2016 por uma pequena diferença.

"Nós temos 13 dias até a eleição mais importante das nossas vidas. Você não precisa esperar até o dia 3 de novembro para votar. Quantas pessoas aqui já votaram?", perguntou o ex-presidente, ​que foi recebido com gritos e palmas em sua primeira participação presencial em um evento da campanha democrata —ele já havia aparecido em vídeos de apoio e na convenção do partido.

O voto é facultativo nos EUA e pode ser feito de forma antecipada (pessoalmente ou pelo correio). Levantamento realizado pelo US Election Project, coordenado por Michael McDonald, professor da Universidade da Flórida, aponta que 39,8 milhões de americanos já votaram.

Enquanto Trump apareceu em grandes eventos de campanha com multidões, desrespeitando o distanciamento social, Biden optou por eventos menores. O desta quarta aconteceu em um drive-in.

Obama criticou fortemente a resposta de Trump à pandemia de coronavírus, dizendo várias vezes que a Casa Branca não tem planos para combater a Covid-19 e que o governo está em um impasse sobre a renovação do auxílio emergencial, planejado para expirar até o fim do ano.

"Donald Trump não vai nos proteger [da Covid-19], ele não consegue nem seguir as instruções para proteger a si mesmo!", disse o ex-presidente em referência ao diagnóstico de Covid-19 recebido pelo presidente no início deste mês.

Obama reforçou o discurso central da campanha de Biden de que o candidato é experiente e tem empatia pelos americanos que estão sofrendo por causa da crise sanitária e econômica causada pela pandemia.

Ele afirmou que um governo Biden disponibilizaria gratuitamente testes de Covid-19 e teria um amplo plano para combater o coronavírus, que já matou mais de 220 mil pessoas nos EUA.

O democrata mencionou ainda reportagem do jornal New York Times segundo a qual Trump pagou apenas US$ 750 (R$ 4.171, na cotação atual) em impostos federais em 2016, ano em que venceu a eleição presidencial. "Acho que eu paguei mais impostos que ele", disse o ex-presidente sobre a época em que trabalhou numa rede de lanchonetes especializadas em sorvete, quando tinha 15 anos.

A participação de Obama ocorre na semana em que Biden suspendeu os eventos de campanha para se preparar para o debate desta quinta (22), em Nashville. Será o último encontro do tipo entre os dois candidatos, e o lado republicano depende de um bom desempenho para mudar a trajetória da disputa.

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