O tribunal criminal de Atenas rejeitou nesta segunda (12) todas os atenuantes que poderiam reduzir as penas de líderes do partido neonazista Amanhecer Dourado, condenado em um julgamento histórico.
Nikos Michaloliakos, líder e fundador da legenda, pode pegar até 15 anos de prisão junto a seis outros integrantes da cúpula da sigla. As sentenças serão anunciadas na terça (13).
Pelo terceiro dia consecutivo, o tribunal de Atenas continua a estudar as penas a serem aplicadas contra mais de 50 membros do partido neonazista, considerado uma "organização criminosa" pela corte.
O anúncio das sentenças foi adiado, pois um dos principais réus, o deputado independente e ex-integrante do Amanhecer Dourado Yiannis Lagos, pediu a substituição de três juízes, segundo uma fonte judicial.
Lagos afirmou na semana passada que foi condenado por "uma equipe de paralisados medíocres que pisotearam a lei em todos os sentidos". Michaloliakos também rejeitou o veredito no Twitter: "Fomos condenados por nossas ideias", escreveu ele. Sua conta na rede social foi suspensa logo em seguida.
Após cinco anos de julgamento, mais de 50 pessoas foram condenadas por unanimidade, e uma dúzia dos 68 acusados, absolvida. Partido nanico criado nos anos 1980 por Michaloliakos, 62, admirador do nazismo, o Amanhecer Dourado se beneficiou do declínio sociopolítico no país após a crise de 2010.
Ato contínuo, representantes da sigla foram eleitos para o Parlamento grego pela primeira vez em 2012.
Na época, grupos de homens vestidos com roupas pretas percorriam as ruas de Atenas e agrediam os críticos da formação, inclusive com barras de ferro, aos gritos de "sangue, honra, Amanhecer Dourado".
No decorrer do julgamento, o processo levou progressivamente à decadência do partido, cuja direção atual renega a ideologia nazista. Nas eleições legislativas de julho de 2019, o Amanhecer Dourado não conseguiu uma única cadeira no Parlamento. O tribunal penal de Atenas também declarou Yorgos Roupakias, membro da legenda, culpado pelo assassinato do rapper antifascista Pavlos Fyssas, em 2013.
O ativista de esquerda foi morto com uma arma branca em 18 de setembro de 2013, aos 34 anos, diante de um café no bairro de Keratsini, em Atenas. O assassino, que admitiu o crime, pode ser condenado a prisão perpétua. "Pavlos, você conseguiu!", gritou a mãe do rapper, Magd Fyssasa, na saída do tribunal. "É uma decisão positiva", afirmou o pai do artista, que disse, no entanto, aguardar as penas.
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