Veja perguntas e respostas sobre Trump com Covid-19

Presidente americano anunciou na madrugada de sexta (2) que contraiu o vírus

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São Paulo

A notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, contraiu Covid-19 levantou muitas dúvidas a respeito de como o resto da campanha eleitoral e a eleição presidencial no país —marcada para 3 de novembro— serão conduzidas.

O que acontece a seguir? A Folha elencou perguntas e respostas sobre as consequências do episódio.

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Como é o estado de saúde de Trump?

Na tarde desta sexta-feita (2), o presidente foi levado a um hospital militar. A medida, de acordo com a Casa Branca, é de precaução. Ele deve seguir internado em uma suíte especial pelos próximos dias, para que possa receber atendimento imediato caso seja necessário.

Fora isso, a Casa Branca não deu detalhes sobre a condição física do presidente. Na manhã de sexta-feira (2), o chefe de gabinete Mark Meadows disse que Trump está com “sintomas leves” e que segue em contato com seus assessores, despachando de casa.

“Ele não só está de bom humor como está muito enérgico”, disse Meadows à imprensa.

O presidente americano, Donald Trump, dança em frente a apoiadores durante comício em Jacksonville, na Flórida
O presidente americano, Donald Trump, dança em frente a apoiadores durante comício em Jacksonville, na Flórida - Brendan Smialowski - 24.set.20/AFP

À tarde, o médico do presidente, Sean Conley, afirmou que ele “segue fatigado, mas de bom humor”. Trump está sendo tratado com um coquetel de anticorpos policlonais, zinco, vitamina D, melatonina, aspirina e famotidina. Outras pessoas afirmaram que ele está com sintomas parecidos com os de um resfriado. Num evento de arrecadação de fundos em Nova Jersey, na quinta-feira (1º), ele foi descrito como “letárgico”.

Quais as consequências imediatas do diagnóstico?

Trump e a primeira-dama, Melania, estão isolados por tempo indeterminado. Por ora, todos os eventos e viagens relacionados à campanha de reeleição estão cancelados. Alguns serão realizados em versão virtual, como dois comícios em Wisconsin e no Arizona. O vice-presidente Mike Pence poderá seguir em campanha, uma vez que não tem Covid-19.

O próximo debate, marcado para o dia 15, será cancelado?

Ainda não se sabe. O período mínimo considerado seguro para se fazer quarentena após contrair o coronavírus é de 14 dias, e o debate acontece dentro de 13.

Trump corre risco de saúde?

Possivelmente. O presidente faz parte do grupo de maior risco da doença, por ter mais de 60 anos (ele tem 74). Além disso, com 1,90 m e 110 quilos, Trump é considerado obeso. Sua dieta consiste, em grande parte, em fast food e ele leva uma vida essencialmente sedentária.

Dois anos atrás, o médico da Casa Branca à época disse em entrevista ao New York Times que Trump tinha uma “saúde excelente” e com “altos índices cognitivos, boa condição cardíaca e exames normais, com apenas colesterol elevado, embora tome medicamento para controlar isso”.

Nos EUA, 8 em cada 10 mortes por Covid-19 se deram entre a população com mais de 65 anos. Um estudo das universidades Harvard e Dartmouth estima que a taxa de letalidade da doença é de 4,2% aos 75 anos.

O que acontece se ele ficar incapacitado para exercer o cargo?

Caso a saúde de Trump piore, ele tem a prerrogativa legal de transferir seus poderes ao vice-presidente Mike Pence, e então retomá-los após melhorar.

Na história dos EUA, isso aconteceu três vezes, todas quando os presidentes seriam submetidos a anestesia para realizar colonoscopias: com Ronald Reagan, em 1985, e George W. Bush, em 2002 e 2007.

Caso a recuperação de Trump seja contestada por alguma entidade, seu retorno ao poder depende do Congresso, que teria 48 horas para decidir. Se dois terços da Câmara dos Deputados e do Senado decidirem que o presidente ainda não tem capacidade de voltar ao trabalho, o vice-presidente prosseguiria como presidente em exercício até a próxima eleição. Isso nunca aconteceu no país.

A doença aumenta ou diminui as chances eleitorais de Trump?

Difícil saber. Assim como no Brasil, a pandemia nos EUA é muito polarizada. Caso se recupere rapidamente, Trump pode tentar emplacar a retórica de que a Covid-19 é uma “gripezinha”, como fez Jair Bolsonaro por aqui. Caso piore, pode despertar alguma comoção pública entre os americanos, que já perderam 208 mil pessoas para a doença.

De forma similar, também pode parecer fraco. Isso é uma preocupação de seus assessores, que chegaram a debater formas de Trump transmitir uma mensagem à população para a TV ou fazer uma aparição pública da sacada da Casa Branca.

Com uma média de 43% das intenções de voto, Trump está sete pontos atrás de seu adversário democrata, Joe Biden. Por causa do diagnóstico, ele desmarcou eventos presenciais em estados considerados fundamentais para a sua reeleição, como a Flórida, Wisconsin, Pensilvânia e Nevada.

Como ele pegou coronavírus?

Não se sabe. Trump anunciou que estava infectado horas depois de uma assessora de alto escalão, Hope Hicks, comunicar que havia contraído o vírus. Ela o acompanhou numa viagem no início da semana.

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