Descrição de chapéu refugiados África

Ao menos 34 pessoas morrem em ataque a ônibus na Etiópia, informa governo

Crescem temores de vácuo de segurança no país em meio a conflito na região de Tigré

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Nairóbi | Reuters

Homens armados mataram ao menos 34 pessoas em um ataque a um ônibus na região de Benishangul-Gumuz, no oeste da Etiópia, informou o órgão nacional de direitos humanos neste domingo (15), conforme crescem os temores de um vácuo de segurança em meio a uma campanha militar no norte do país.

"O número estimado de vítimas provavelmente vai aumentar", acrescentou a Comissão Etíope de Direitos Humanos, uma instituição pública independente. O órgão também informou sobre outros ataques na região durante a noite e pessoas fugindo da violência.

Migrantes etíopes que fugiram da região de Tigré esperam por comida em centro de acolhimento no estado de Kasala, no Sudão, fronteira com a Etiópia - Ebrahim Hamid -14.nov.2020/AFP

Daniel Bekele, chefe da comissão, pediu que as autoridades regionais e federais trabalhem juntas em uma estratégia para Benishangul-Gumuz, devido ao "ritmo implacável" dos ataques ali. Homens de uma milícia armada mataram pelo menos 45 pessoas na mesma região em setembro, segundo o governo.

O ataque ao ônibus ocorre em meio a um conflito que já dura 12 dias entre o governo etíope e a região de Tigré, no norte do país. Especialistas dizem que o conflito pode encorajar outros grupos étnicos a explorar o caos para pressionar por mais autonomia.

Pouco mais de um ano depois de ganhar o Nobel da Paz por encerrar um conflito de duas décadas com a Eritreia, o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, ordenou um bombardeio sobre a província do Tigré.

A operação militar teve início na começo do mês sob a justificativa de que líderes políticos da região desafiavam a autoridade de Abiy e teriam atacado um posto de defesa do governo central para roubar armas e outros equipamentos bélicos.

Autorizado pelo premiê, o Exército etíope recebeu "a missão de salvar o país e a região". Depois de quase duas semanas, entretanto, a ação deixou centenas de mortos e milhares de refugiados e levou a Etiópia, o segundo país mais populoso do continente africano, à beira de uma guerra civil.

Devido aos conflitos na região, ao menos 20 mil etíopes fugiram para o Sudão desde o início do mês, informou a Acnur, a agência de refugiados da ONU. Entre os refugiados estão milhares de crianças "exaustas e com medo". Agências locais e das Nações Unidas ajudam os refugiados, que chegam em número crescente e com poucos bens.

Neste domingo, forças rebeldes de Tigré atacaram com foguetes o aeroporto de Asmara, capital da Eritreia, em uma escalada que levanta temores de uma guerra mais ampla na região do Chifre da África.

Cinco diplomatas regionais disseram à agência Reuters logo após o ataque que pelo menos três foguetes foram disparados contra a capital da Eritreia, vindos da Etiópia, e pelo menos dois atingiram o aeroporto.

Acusando a vizinha Eritréia de enviar tanques e milhares de soldados para Tigré em apoio a uma ofensiva do governo etíope, Debretsion Gebremichael, líder das forças rebeldes de Tigré, disse à Reuters que suas forças estavam sob ataque "em várias frentes". Ele não forneceu evidências para sustentar as alegações.

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