Descrição de chapéu Eleições EUA 2020

Apoiadores de Trump marcham em defesa de alegações falsas sobre a eleição; presidente passa e acena

Republicano se recusa a reconhecer derrota em pleito e fala em suposta fraude, sem provas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Washington | Reuters

Centenas de apoiadores do presidente Donald Trump se reuniram neste sábado (14), em Washington, para protestar contra o resultado das eleições presidenciais, mesmo que não haja provas de fraude no pleito.

Eles foram surpreendidos quando o próprio Trump passou pela manifestação em um carro e acenou.

O republicano se dirigia a seu campo de golfe em Sterling, no estado da Virginia, localidade próxima a Washington. Apoiadores com bandeiras gritavam "EUA!" e “mais quatro anos!", enquanto a carreata do presidente passava. Próximo a esse grupo, um outro, de manifestantes contrários, agitava cartazes nos quais se lia "nós votamos —vocês estão demitidos”.

Manifestantes a favor de Donald Trump protestam em Washington - Olivier Douliery -13.nov.2020/AFP

Os organizadores pró-Trump deram ao protesto vários nomes, entre os quais Million MAGA March (marcha MAGA do milhão), March for Trump (marcha para Trump) e Stop the Steal (pare o roubo). MAGA é um acrônimo para o slogan "Make America Great Again". Trump apoiou o ato em mensagens no Twitter.

As manifestações em Washington e outras cidades reúnem apoiadores do presidente, personalidades de extrema direita e membros da milícia Oath Keepers e do grupo Proud Boys, em uma demonstração pública de apoio ao esforço do republicano para permanecer no poder.

Nas redes sociais, opositores de Trump usaram as hashtags #MillionMAGAMarch e #MarchforTrump acompanhadas de fotos de panquecas.

O atual presidente se recusa a reconhecer a derrota na eleição para o democrata Joe Biden. Na sexta (13), contudo, ele afirmou que “o tempo dirá” quem ocupará a Casa Branca a partir de 20 de janeiro, na declaração mais próxima de uma admissão do revés.

Biden consolidou sua vitória na sexta, quando os resultados da Edison Research mostraram a conquista do estado da Geórgia, dando-lhe uma contagem final de 306 votos do Colégio Eleitoral, muito mais do que os 270 necessários para ser eleito presidente —e acima dos 232 de Trump.

Com o panorama final da eleição mais claro, Trump discute com conselheiros possíveis aparições que o manteriam no centro das atenções para uma possível candidatura de 2024 à Casa Branca.

Ele considera abrir um canal de televisão ou uma empresa de mídia social para competir com aqueles que, diz ele, traíram e sufocaram sua capacidade de se comunicar diretamente com os americanos.

No curto prazo, Trump deve fazer campanha para os candidatos republicanos na Geórgia antes de duas eleições de segundo turno, em 5 de janeiro, que determinarão qual partido controla o Senado dos EUA.

O atual presidente tem afirmado, sem evidências, de que houve uma fraude generalizada no pleito. Os funcionários eleitorais estaduais, no entanto, não relataram nenhuma irregularidade séria, e as tentativas de Trump de judicializar o processo têm se mostrado infrutíferas.

Um tribunal estadual de Michigan rejeitou na sexta um pedido republicano para bloquear a certificação de votos em Detroit, cidade que votou em massa em Biden. E os advogados da campanha do presidente desistiram de uma ação no Arizona depois que a contagem final dos votos tornou a questão discutível.

Funcionários de segurança das eleições federais não encontraram evidências de que qualquer sistema de votação excluiu, perdeu ou mudou votos, ou foi de alguma forma comprometido, segundo um comunicado divulgado na quinta (12) pela principal agência de segurança cibernética dos EUA.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.