Descrição de chapéu terrorismo

Atentado fere ao menos 4 em cerimônia com diplomatas europeus na Arábia Saudita

Bomba explodiu em cemitério não muçulmano em Jidá, durante homenagem a combatentes da Primeira Guerra

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Bruxelas

A explosão de uma bomba deixou ao menos quatro feridos nesta quarta (11) durante homenagem aos combatentes da Primeira Guerra em um cemitério não muçulmano em Jidá, na Arábia Saudita.

O evento tinha a participação de diplomatas europeus e americanos e foi organizado por Reino Unido, França, Grécia, Estados Unidos e Itália. Em comunicado conjunto, os países repudiaram o atentado que "atingiu pessoas inocentes".

"A França condena veementemente este ataque covarde e injustificável", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da França.

três homens fardados, de costas para a câmera, prestam continência a memorial com várias coroas de papoulas vermelhas, símbolos do armistício
Cerimônia que relembra o fim da Primeira Guerra Mundial, em Londres - John Sibley/Reuters

A informação sobre quatro feridos foi dada por um funcionário do governo da Grécia, que não quis revelar o nome.

Nesta quarta, o presidente da França, Emmanuel Macron, postou no Twitter, em português, mensagem na qual condena crimes em Moçambique que seriam frutos de terrorismo islamita.

"Em Moçambique, mais de 50 pessoas foram decapitadas, mulheres raptadas, aldeias saqueadas e depois incendiadas. Bárbaros deformam uma religião de paz para semear o terror: o terrorismo islamista é uma ameaça internacional, que exige uma resposta internacional."

Há duas semanas, um homem foi preso também em Jidá ao esfaquear o segurança do consulado francês na cidade. No mesmo dia, um atentado terrorista a faca matou três pessoas, entre as quais uma brasileira, dentro de uma igreja em Nice.

A polícia ainda investiga as ligações do agressor, um tunisiano de 21 anos que tinha chegado havia pouco na Europa. Ele foi baleado e preso.

A capital austríaca, Viena, também foi alvo de um ataque a tiros, que deixou quatro mortos e mais de 20 feridos, na semana passada. O agressor, um austríaco simpatizante do Estado Islâmico, foi morto pela polícia. O grupo terrorista islâmico reivindicou a autoria do atentado, que ainda está sob investigação.

Na terça-feira (10), Macron organizou uma cúpula de líderes europeus para discutir o que chama de "radicalismo islâmico".

“A prioridade é implementar integralmente todas as medidas que adotamos em 2015 após os ataques terroristas daquela época”, disse o presidente francês após reunião virtual com os premiês de Áustria, Sebastian Kurz, Alemanha, Angela Merkel, e Holanda, Mark Rutte, além do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Além das medidas de cinco anos atrás —maior cooperação entre as forças policiais, bancos de dados conjuntos e melhor compartilhamento de inteligência—, o líder francês defende uma repressão conjunta a conteúdo terrorista online.

O premiê austríaco chamou de "bombas-relógio" os “milhares de combatentes terroristas estrangeiros” que, segundo ele, lutaram pelo Estado Islâmico na Síria e agora estão retornando à Europa.

Vários dos europeus que foram presos tentando se unir aos terroristas ou quando voltaram a seus países terão que ficar "sob vigilância constante" quando forem libertados, afirmou Kurz. O terrorista morto na semana passada em Viena deixara a cadeia em dezembro, após cumprir pena por tentar viajar à Síria.

Já Merkel ressaltou que o conflito não é entre islamismo e cristianismo, mas entre o modelo social democrático e o "comportamento terrorista e antidemocrático”.

Nesta sexta (13), ministros da Justiça e do Interior da UE se reunirão para discutir uma resposta conjunta aos últimos ataques terroristas e os planos de uma nova política de imigração proposta pela Comissão Europeia.

A responsável pela área no Poder Executivo da UE, comissária Ylva Johansson, afirmou que o tema do terrorismo não deve ser confundido com o da imigração e que há pessoas perigosas tanto entre estrangeiros quanto entre europeus: "Precisamos gerenciar a migração, mas a migração por si só não é uma ameaça à segurança”.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.