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EUA avaliam suspender restrições de viagem a passageiros do Brasil e da Europa

Plano teve apoio de autoridades de saúde do governo americano; restrições para China e Irã continuariam

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Washington | Reuters

A Casa Branca estuda suspender a atual proibição de entrada nos Estados Unidos de estrangeiros que estiveram recentemente no Brasil e em outros 28 países europeus, disseram cinco autoridades americanas e de companhias aéreas à agência de notícias Reuters.

O governo do atual presidente dos EUA, Donald Trump, impôs as proibições em uma tentativa de conter a pandemia de coronavírus. A possível reversão da medida, porém, não afetaria o veto de entrada à maioria dos cidadãos estrangeiros que esteve recentemente na China ou no Irã, acrescentaram as autoridades.

Além do Brasil, a decisão beneficiaria viajantes que passaram pelo Reino Unido, pela Irlanda e pela zona Schengen, que reúne 26 países europeus e onde não há controle de passaportes nas fronteiras internas.

O estudo da mudança acontece poucos dias após o republicano dar os primeiros passos na transição do seu governo para o do democrata Joe Biden. Trump insiste, sem apresentar provas, que a eleição foi fraudada e trava uma batalha midiática e jurídica para impedir que a vitória do opositor se concretize.

Passageiro caminha pelo aeroporto La Guardia, em Nova York
Passageiro caminha pelo aeroporto La Guardia, em Nova York - Spencer Platt - 24.nov.20/Getty Images/AFP

O plano ganhou o apoio dos membros da força-tarefa do coronavírus da Casa Branca, da área de saúde pública do governo e de outras agências federais, afirmaram pessoas familiarizadas com o assunto, mas Trump ainda não tomou uma decisão, e a revogação da medida permanece incerta.

A Casa Branca, o Departamento de Segurança Interna e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) não responderam aos pedidos de comentários.

Muitas autoridades do governo argumentam que as restrições não fazem mais sentido, visto que a maioria dos países ao redor do mundo não está sujeita à proibição de entrada.

Afirmam, ainda, que suspender as restrições seria um alívio para as companhias aéreas americanas, que viram as viagens internacionais caírem 70%, de acordo com dados do setor. Trump ainda pode optar por não suspender as restrições, dado o alto número de infecções por coronavírus na Europa.

Um obstáculo potencial é o fato de que os países europeus provavelmente não permitirão imediatamente que a maioria dos americanos retome as visitas ao continente, disseram as autoridades.

No sábado (21), o CDC emitiu novas recomendações para quem pretende fazer viagens internacionais. O órgão orienta fazer um teste de detecção da Covid até três dias antes do embarque e repeti-lo entre cinco e sete dias após a chegada ao destino —e, ainda assim, realizar uma quarentena na primeira semana.

Ainda no início da pandemia, em 31 de janeiro, Trump determinou a proibição de entrada nos EUA de estrangeiros vindos da China, então epicentro da Covid-19, para, no mês seguinte, adicionar o Irã.

Na sequência, o republicano anunciou em 11 de março a suspensão de voos vindos da zona Schengen aos EUA e, poucos dias depois, incluiu Reino Unido e Irlanda no grupo.

Naquele momento, a Casa Branca já avaliava a situação da pandemia no Brasil, e a decisão de barrar a entrada de pessoas que passaram pelo país foi cogitada publicamente diversas vezes por Trump.

Embora o republicano evitasse criticar o presidente Jair Bolsonaro —um aliado— publicamente, ele falou da crise sanitária no Brasil com gravidade e preocupação. O presidente brasileiro foi um dos poucos líderes da América Latina —e do mundo— a minimizar a gravidade da Covid-19.

A restrição à entrada de viajantes do Brasil foi imposta, enfim, no final de maio. Desde o dia 28 daquele mês, quem passar pelo país não pode entrar nos Estados Unidos. Assim como nas medidas aplicadas anteriormente, apenas americanos ou estrangeiros com residência permanente nos EUA podem entrar no país vindo de nações sob restrição. ​

Entretanto, o governo abre "exceções de interesse nacional" e permite a entrada de pessoas que viajam por "razões humanitárias, de saúde pública e de segurança nacional". Também foram aprovadas exceções para jornalistas, investidores, estudantes e acadêmicos vindos da Europa.

Enquanto o bloco europeu também restringe a entrada de americanos, o Reino Unido e a Irlanda solicitam duas semanas de isolamento. O Brasil não tem restrições.

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