Gleisi critica Obama por afirmar que havia boatos de corrupção envolvendo Lula em 2009

Presidente do PT disse que americano 'tem de explicar sua participação na Lava Jato'

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Belo Horizonte

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PT-PR), criticou nesta quarta-feira (18) o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama por suas declarações sobre o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em um recém-lançado livro de memórias, Obama descreve um encontro com Lula no qual o brasileiro causou boa impressão e afirma que, já naquela época, "circulavam boatos de clientelismo governamental, negócios por baixo do pano e propinas na casa dos bilhões".

Gleisi Hoffmann e Lula participam de comício em São Bernardo do Campo
Gleisi Hoffmann e Lula participam de comício em São Bernardo do Campo - Miguel Schincariol - 9.nov.19/AFP

À Folha, Obama disse que "o Brasil ainda tem problemas profundos com a corrupção sistêmica".

Gleisi defendeu Lula e afirmou em uma rede social que o americano "tem de explicar a sua participação no golpe e na Lava Jato", referindo-se ao impeachment de Dilma Rousseff (PT). Ela também acusou Obama de acobertar seu vice, Joe Biden, hoje presidente eleito dos EUA, de investigações de corrupção.

Em 2015, Biden pressionou a Ucrânia pela demissão de Viktor Shokin, procurador-geral do país. Entre outros casos, ele investigava a empresa ucraniana Burisma Holdings por suspeitas de corrupção —um dos filhos do então vice, Hunter, fazia parte do conselho de administração da companhia.

Shokin foi alvo de críticas do governo ucraniano e da opinião pública, que o consideravam ineficaz. Seu sucessor, Iuri Lutsenko, no entanto, não encontrou irregularidades envolvendo a Burisma e, em setembro de 2019, o Departamento Nacional Anticorrupção da Ucrânia afirmou que Hunter nunca foi investigado.

Gleisi também afirmou que Obama passou "oito anos fazendo guerras e espionagem a serviço da indústria de armas e do establishment de seu país".

Um dos episódios de maior tensão nas relações entre EUA e Brasil das últimas décadas ocorreu em 2013, durante os governos de Dilma e Obama, quando documentos secretos obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald com o ex-técnico da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) Edward Snowden revelaram que a petista e seus assessores foram espionados por Washington.

A então presidente decidiu cancelar uma visita de Estado aos EUA agendada para poucas semanas após o caso vir à tona. Ainda no primeiro mandato de Dilma, em 2015, o site WikiLeaks publicou documentos da NSA que revelaram novos grampos. Ao todo, 29 telefones de membros e ex-integrantes do governo foram interceptados pela agência americana, como os de Antonio Palocci e Nelson Barbosa.

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