Israel lançou ataques aéreos nesta quarta (18) contra alvos na Síria, em um movimento visto como uma mensagem clara de que o país prosseguirá com ações militares apesar da derrota eleitoral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliado do premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Segundo o tenente-coronel israelense Jonathan Conricus, oito alvos foram atacados, em áreas controladas pelo exército sírio nas Colinas de Golã.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que monitora ações militares, disse que ao menos dez pessoas foram mortas. Cinco vítimas foram identificadas como iranianos da força de elite Quds, e dois como militantes libaneses.
Um comandante de forças do governo sírio negou que iranianos ou libaneses tenham sido mortos pelos ataques. A mídia estatal síria disse que houve apenas três militares mortos e um ferido.
Israel disse estar retaliando o que descreveu como uma operação patrocinada pelo Irã, por meio da qual sírios plantaram explosivos perto de uma base militar israelense nas Colinas de Golã.
Nos últimos anos, o Estado judeu tem atacado com frequência o que aponta como alvos ligados ao Irã no território da Síria. Esses ataques se intensificaram no último ano. Para fontes de inteligência ocidentais, trata-se de uma guerra de bastidores para diminuir a influência iraniana na região.
No entanto, as ações desta quarta-feira atingiram uma variedade muito maior de alvos do que o normal, e os militares israelenses foram mais explícitos sobre os detalhes do que no passado, o que leva a crer em uma intenção clara de dar um recado público.
Trump, que fracassou na tentativa de se reeleger em 3 de novembro, tem sido um grande defensor da intervenção militar israelense contra as forças iranianas na Síria. O presidente eleito norte-americano, Joe Biden, disse que tentará ressuscitar um acordo nuclear com Teerã, que Trump abandonou em 2018.
"Biden tem que perguntar a si mesmo: o que o Irã está buscando na Síria?", disse Eli Cohen, ministro de Inteligência de Israel, a uma rádio local.
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