Um juiz federal bloqueou nesta quarta-feira (18) as expulsões de crianças desacompanhadas detidas enquanto tentavam entrar ilegalmente nos Estados Unidos, um revés para o governo de Donald Trump, que disse que a política visa limitar a disseminação do novo coronavírus.
O juiz Emmet Sullivan, do Distrito de Columbia, decidiu que os menores provavelmente sofreriam danos irreparáveis porque poderiam estar sujeitos a abuso sexual e outras formas de violência, além do risco de serem torturados ou mortos se retornassem sumariamente a seus países de origem.
O presidente Trump fez do combate à imigração ilegal uma parte central de seu mandato e decretou uma série de restrições à entrada de estrangeiros no país durante a pandemia.
O presidente eleito Joe Biden, que tomará posse em 20 de janeiro, prometeu reverter muitas das políticas linha dura sobre o tema adotadas pelo republicano.
Biden ainda não explicou como regularia a entrada de migrantes durante a pandemia nem o que faria sobre as regras que permitem deportações rápidas. Um funcionário da sua campanha afirmou que o democrata remeteria essas questões à avaliação de especialistas em saúde.
Um oficial da Patrulha de Fronteira dos EUA disse em uma ação judicial em setembro que 8.800 menores desacompanhados foram expulsos entre 20 de março e 9 de setembro, durante a vigência das regras.
No total, os EUA expulsaram cerca de 197 mil migrantes detidos enquanto cruzavam a fronteira com o México de março até o final de setembro, embora esses números possam incluir pessoas que cruzaram a divisa várias vezes.
Lee Gelernt, advogado da American Civil Liberties Union (Aclu), que representou os migrantes no processo, disse que a política era um pretexto para Trump fechar a fronteira a crianças e requerentes de asilo da América Central. O Departamento de Justiça, o Departamento de Segurança Doméstica e a Casa Branca não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
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