Novo presidente do Peru anuncia reforma da polícia após repressão de manifestantes

Duas pessoas morreram e mais de cem pessoas ficaram feridas durante protestos contra mudanças na Presidência

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Lima | AFP

O novo presidente do Peru, Francisco Sagasti, promoveu na segunda-feira (23) uma reforma da polícia ao nomear um novo comandante e enviar 15 generais para a reserva, em resposta à violenta repressão de manifestantes durante o breve governo anterior, de Manuel Merino, que durou cinco dias.

"Tomei a decisão de designar como novo comandante de polícia o general César Augusto Cervantes", anunciou ele em uma mensagem ao país exibida na televisão, seis dias depois de assumir o poder. "Estas medidas têm por finalidade fortalecer a polícia", disse o presidente centrista.

Policiais prendem mulher durante protesto em Lima, contra a posse de Manuel Merino, em 10 de novembro - Mariana Bazo/Xinhua

Cervantes substituiu Orlando Velasco, que estava no comando da força de segurança desde 7 de agosto. Ele não foi responsabilizado pela repressão dos atos contra Merino porque estava de licença médica.

Duas pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas na repressão policial das manifestações em Lima contra Merino, que renunciou cinco dias depois de assumir a Presidência em substituição a Martín Vizcarra, destituído pelo Congresso.

Com a designação de Cervantes, 15 generais da polícia passaram à reserva, informou o ministro do Interior, Rubén Vargas. "Queremos uma polícia que continue defendendo a democracia, os direitos fundamentais, que nos devolva a segurança e as garantias", disse Vargas.

Sagasti também criou uma comissão, liderada por Vargas, que deve apresentar recomendações em 60 dias para modernizar e fortalecer a polícia. O presidente disse que com a reforma pretende "conectar a polícia com os cidadãos".

Vargas anunciou no domingo (22) uma investigação administrativa que pode atingir generais e outros oficiais devido à morte dos jovens manifestantes no dia 14. "As investigações estão acontecendo com absoluta prioridade e respeitando o devido processo", disse o ministro.

Além do uso de espingardas com munição de chumbo e pequenas peças de vidro, também foram apresentadas denúncias de abusos sexuais de mulheres detidas em delegacias.

O Ministério Público abriu na semana passada uma investigação penal preliminar contra Merino e dois de seus ministros, o que também pode afetar outros servidores e policiais. A procuradoria tenta determinar a "linha de comando" no governo e na polícia durante a repressão para definir quem levar à Justiça.

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