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Repórteres sem Fronteiras pede à ONU cargo que trate da segurança de jornalistas

Neste ano, 32 membros da imprensa foram mortos no exercício da profissão, diz ONG

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Paris | AFP

A ONG Repórteres sem Fronteiras pediu à ONU (Organização das Nações Unidas) a criação de um cargo específico que trate da segurança de jornalistas.

Segundo balanço da entidade, 32 profissionais e colaboradores da imprensa foram assassinados neste ano, número menor que os 49 mortos em 2019. A ONG afirma que essa queda ocorreu porque jornalistas deixaram de ir a áreas de conflito devido ao coronavírus.

"O período da Covid-19 mudou a situação in loco. Poucos jornalistas morreram, mas tem havido mais pressão e abusos contra jornalistas", segundo a Repórteres sem Fronteiras.

O secretário-geral da ONG Repórteres sem Fronteiras, Christophe Deloire, discursa durante protesto em Paris
O secretário-geral da ONG Repórteres sem Fronteiras, Christophe Deloire, discursa durante protesto em Paris - Stephane de Sakutin - 15.out.10/AFP

Segundo levantamento da entidade, o México lidera a lista de países com mais mortes de jornalistas, com cinco casos, seguido por Iraque (4), Paquistão, Honduras e Síria (3 casos cada um).

"O secretário-geral [da ONU] tem pouco mais de um ano para agir e deixar um legado significativo na luta contra a impunidade e na proteção dos jornalistas", disse o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, em comunicado nesta segunda-feira (1º).

"A designação de um membro da sua equipe como contato privilegiado, a única atuação específica tomada até o momento, não é suficiente", ressaltou.

O cargo pedido pela ONG é o de representante especial para a segurança de jornalistas.

"As ameaças estão se tornando cada vez mais sutis e muito mais difíceis de combater", afirmou Deloire.

No comunicado, ele afirma que, na última década, quase mil jornalistas morreram no exercício da profissão e que os crimes quase sempre ficam impunes.

"Muitos desses casos não foram objeto de uma investigação real, e os autores nunca tiveram que responder por seus atos", apontou. Deloire queixou-se da "falta de mecanismos internacionais eficazes".

Por sua vez, a Federação Internacional de Jornalistas (IJF) lançou uma campanha global para denunciar aqueles que ordenam crimes contra jornalistas, mas que permanecem impunes.

Em comunicado, a IJF também solicita aos governos que tomem medidas urgentes para acabar com a impunidade e proteger a liberdade de imprensa.

Os pedidos da RSF e da IJF foram lançados nesta segunda porque na data comemora-se o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade por Crimes Perpetrados contra Jornalistas.


Países com jornalistas assassinados em 2020

5 mortos - México
4 mortos - Iraque
3 mortos - Honduras, Paquistão e Síria
2 mortos - Filipinas
1 morto - Afeganistão, Bangladesh, Índia, Nigéria, Paraguai, Iêmen

Colaboradores mortos
Iraque (2)
Afeganistão (1)

Fonte: Repórteres sem Fronteiras

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