Descrição de chapéu Eleições EUA 2020

Maia e Barroso reconhecem vitória de Biden nos EUA antes de Bolsonaro

Presidente da Câmara diz que eleição de democrata 'restaura os valores da democracia verdadeiramente liberal'

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Brasília

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu a vitória de Joe Biden sobre o republicano Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos. O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, também se manifestou.

Aliado do atual mandatário americano, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda não comentou o resultado, baseado em projeções da rede CNN e do jornal The New York Times.

No Twitter, no início da tarde deste sábado (7), Maia disse que o resultado "restaura os valores da democracia verdadeiramente liberal, que preza pelos direitos humanos, individuais e das minorias".

"Parabenizo o presidente eleito e, em nome da Câmara dos Deputados, reforço os laços de amizade e cooperação entre as duas nações", disse.

Também no Twitter, o presidente do TSE, que integra o STF (Supremo Tribunal Federal), cumprimentou Biden e a vice-presidente eleita, Kamala Harris.

"Democracia significa eleições limpas, alternância no poder e respeito aos resultados. E, também, civilidade", escreveu Barroso. "Cumprimento Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, e a vice Kamala Harris, primeira mulher eleita para a função no país."

À Folha o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que não há motivos para contestar o resultado das eleições americanas e desejou sorte ao novo governo.

"Entendo que, como democrata e respeitador do estado democrático de direito, não há o que contestar porque essa foi a vontade do povo americano", afirmou o senador.

Trad disse esperar que o novo governo possa se relacionar com os outros países com a "mesma grandeza" que pautou os presidentes americanos anteriores. Também acrescentou que deseja que as relações comerciais entre Brasil e EUA possam se intensificar.

"A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos vem de décadas e se consolida ano a ano. E a gente espera que ela possa melhorar e avançar em função desse momento de retomada de desenvolvimento econômico pós-pandemia que nossos países vão atravessar", disse.

​O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho 03 do presidente, ainda não se manifestou sobre a eleição de Biden.

Pela Câmara, o deputado Alex Manente (Cidadania-SP), secretário de Relações Internacionais da Casa, parabenizou Biden. "Com a eleição do novo presidente, torcemos para que a gestão democrata consiga acabar com a polarização política", afirmou, em nota.

"A agenda ambiental deve pautar as relações com Biden. O novo presidente americano propôs um financiamento de bilhões de dólares para a preservação da Amazônia. E já disse que o Brasil pode enfrentar sanções, caso não pare a destruição da floresta tropical", disse.

Manente disse esperar uma linha mais pragmática nos acordos comerciais.

O líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mencionou as declarações de Maia nas redes sociais e parabenizou Biden. "Que o presidente eleito Joe Biden tenha a força e a serenidade necessárias para reestabelecer a ordem democrática e pacífica."

Representantes da oposição também se manifestaram. Ao comentar a notícia, o líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), escreveu que "a hora de Trump chegou, agora falta Bolsonaro".

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que lidera a oposição no Senado, disse que a derrota de Trump "é uma vitória da humanidade" e "põe freio ao populismo fascista". "Que os ventos do norte cheguem ao Brasil", escreveu.

Até o momento, líderes da ala governista ainda não se manifestaram.

Nesta sexta-feira (6), na reta final da apuração nos Estados Unidos, que indicava o democrata Joe Biden como o favorito para ocupar a Casa Branca, Bolsonaro disse que, assim como ele não é a pessoa mais importante do Brasil, Donald Trump não é a pessoa mais importante do mundo.

Durante cerimônia de formatura de 650 policiais federais rodoviários, em Florianópolis, o presidente não citou diretamente as eleições nos EUA, mas voltou a dizer que tinha preferência pelo atual líder americano.

O presidente brasileiro e Trump encontraram-se diversas vezes desde o ano passado.

Durante o período, trocaram elogios, e Bolsonaro sempre fez questão de destacar o alinhamento entre os dois países, em uma relação que por muitas vezes exibiu contornos pessoas, e não institucionais.

A eleição do democrata, que já criticou o líder brasileiro e a política ambiental do governo, era indesejada por Bolsonaro. Durante o primeiro e caótico debate presidencial nos EUA, Biden disse que "a floresta tropical no Brasil está sendo destruída". À época, o presidente classificou a fala como lamentável.​

Nesta sexta, Bolsonaro disse que "o momento do Brasil ainda é difícil", que assiste à política externa e tem uma preferência, uma vez que "o que acontece lá fora interessa para cada um de nós aqui dentro".

"Eu não sou a pessoa mais importante do Brasil, assim como Trump não é a pessoa mais importante do mundo, como ele mesmo bem disse. A pessoa mais importante é Deus", disse Bolsonaro

Na noite de quarta-feira (4), o presidente esperava uma virada de Trump. "A esperança é a última que morre", afirmou, ao comentar a eleição presidencial nos Estados Unidos. Bolsonaro deu a declaração em frente ao Palácio da Alvorada, onde parou para falar com um grupo de apoiadores.

O presidente comentou o pleito americano após uma apoiadora elogiá-lo e perguntar "o que seria de nós sem o senhor e o Trump". "A gente está aqui com o coração na mão com o que está acontecendo nos Estados Unidos", disse a mulher. Em resposta, Bolsonaro afirmou: "A esperança é a última que morre".

Questionado novamente no final do encontro por outro apoiador sobre as eleições, adotou tom cauteloso. "Parece que foi judicializado o negócio lá num estado ou noutro. Tem que esperar um pouquinho."

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