Vizcarra é 6º presidente do Peru envolvido em escândalo de corrupção; relembre outros casos

Três ex-líderes do país estão detidos, um cometeu suicídio ao ser preso e outro está foragido

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Buenos Aires

Escândalos de corrupção atingiram todos os seis presidentes que comandaram o Peru nas últimas três décadas.

Alberto Fujimori está na cadeia. Outros dois, Ollanta Humala e Pedro Paulo Kuczynski, cumprem prisão domicilar. Alejandro Toledo foi solto sob fiança e vive nos EUA. E Alan García cometeu suicídio quando a polícia foi prendê-lo, no ano passado.

Da esq. p/ a dir., os ex-presidentes Alberto Fujimori, Alejandro Toledo e Alan García (no alto); e Ollanta Humala, Pedro Pablo Kuczynski e Martín Vizcarra (acima), durante discursos na ONU - AFP

Nesta segunda (9), Martín Vizcarra deixou a Presidência após um processo de impeachment, no qual foi afastado por "incapacidade moral" de continuar no posto. Ele foi flagrado em gravações pedindo que assessoras mentissem em um inquérito sobre a relação dele com um ex-colaborador.

Vizcarra também enfrenta acusações de ter recebido subornos de construtoras durante o período em que era governador de Moquegua, entre 2013 e 2014.

Veja abaixo o que aconteceu com outros ex-mandatários peruanos.

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Alberto Fujimori (1990-2000)

Condenado a 25 anos de cadeia em 2009, por crimes de corrupção e contra a humanidade, Fujimori havia recebido em dezembro de 2017 um indulto do então presidente Pedro Pablo Kuczinsky, por questões de saúde. A Justiça, porém, invalidou a medida, e o ex-autocrata voltou à cadeia.

Ele ainda enfrenta outros processos, incluindo um sobre a esterilização forçada de mulheres indígenas e outro sobre as ações do esquadrão da morte Colina, que atuava sob sua autoridade. Aos 82 anos, está na prisão de Callao, numa cela separada dos demais, para evitar infecção pelo coronavírus.


Alejandro Toledo (2001-2006)

Foragido da Justiça peruana e vivendo nos Estados Unidos, é acusado de ter recebido suborno de US$ 20 milhões (R$ 107 milhões, nesta terça) da empreiteira brasileira Odebrecht quando comandava o país. Sua extradição foi pedida, mas não há previsão de que isso possa acontecer. Chegou a ser preso pela polícia americana, mas a Justiça concedeu liberdade sob fiança, já que ele tem residência fixa nos EUA.


Ollanta Humala (2011-2016)

Humala é outro dos ex-presidentes peruanos investigados por suposta participação no esquema da Odebrecht. Entre 2017 e 2018, passou 18 meses preso de modo preventivo, mas o processo não avançou neste período. Assim, recebeu o direito de ir para o regime de prisão domiciliar enquanto as investigações continuam. A ação envolve também a ex-primeira-dama, Nadine Heredia.



Alan García (1985-1990 e 2006-2011)

Figura histórica da política peruana, também respondia a processo por envolvimento no caso Odebrecht. Ao saber que seria preso preventivamente em 17 de abril de 2019, García cometeu suicídio em sua casa, no bairro de Miraflores, em Lima. Sua morte comoveu o país.



Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018)

Ficou no cargo menos de dois anos e sofreu forte oposição dos aliados de Fujimori. O grupo acusava PPK, como ele é conhecido de envolvimento no escândalo Odebrecht na época em que atuou como ministro de Alejandro Toledo. Renunciou ao cargo, mas ainda assim foi preso. Cumpre prisão preventiva domiciliar, à espera de julgamento.

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