Adolescente é morto a tiros por forças israelenses durante protesto, dizem palestinos

Manifestantes questionavam instalação de colônias de Israel em área em disputa

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Ramallah (Cisjordânia) | Reuters e AFP

Um adolescente palestino foi morto nesta sexta-feira (4) por tiros do Exército israelense durante confrontos em meio a uma manifestação na Cisjordânia, informou o Ministério da Saúde palestino.

O jovem Ali Ayman Nasr Abu Aliya morreu após ser baleado na altura do estômago, com munição letal, durante um incidente ao norte de Ramallah, disse o ministério em um comunicado. Segundo a agência Reuters, ele tinha 15 anos.

Os confrontos ocorreram na aldeia de Mughayir. Após ser ferido, o jovem foi transferido em estado grave para um hospital em Ramallah, onde morreu.

Manifestante palestino perto de soldado israelense, durante protesto em Beit Dajan - Raneen Sawafta/Reuters

Segundo o prefeito de Mughayir, Amin Abu Aliya, citado pela agência oficial palestina Wafa, o Exército dispersou violentamente os palestinos que se manifestavam contra a criação de uma colônia israelense no local. Quatro outros palestinos foram feridos pelo tiroteio de soldados israelenses.

"Este foi um crime de guerra e um crime contra a humanidade", disse o Ministério das Relações Exteriores da Palestina. Por meio de uma porta-voz, o governo de Israel negou ter usado munição letal e disse terem sido disparadas apenas balas de borracha. Afirmou ainda que os palestinos lançaram pedras e pneus em chamas contra veículos israelenses.

Desde 1967, a Cisjordânia é um território ocupado pelo Exército israelense. Mais de 450 mil israelenses vivem em colônias no território, onde residem cerca de 2,8 milhões de palestinos, para quem os assentamentos dificultam o estabelecimento de um futuro Estado palestino e são um obstáculo à paz.

Israel defende que os judeus têm laços históricos e bíblicos com a região e que, assim, têm direito a construir moradias naquelas regiões. As conversas de paz entre os dois lados estão paradas desde 2014.

Em 2019, o governo de Israel propôs um plano de paz, segundo o qual territórios seriam cedidos. As áreas, no entanto, eram distantes entre si, e a proposta, que teve apoio dos EUA, foi rejeitada pelos palestinos.

Nos últimos meses, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, tem se aproximado de países árabes como Bahrein e Emirados Árabes, num movimento que pode enfraquecer os palestinos no Oriente Médio.

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