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Após 5 mortes em episódios violentos, Gana anuncia reeleição de presidente

Nana Akufo-Addo, 76, ganhou novo mandato de 4 anos por margem estreita

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Accra | Reuters e AFP

Na esteira de episódios violentos que deixaram cinco mortos desde a eleição, o presidente de Gana, Nana Akufo-Addo, 76, foi reconduzido ao cargo com 51,59% dos votos, derrotando seu antecessor e velho rival John Mahama, 62.

A oposição questiona os resultados, apresentados nesta quarta (9) pela Comissão Eleitoral, e os dois se acusam de "antidemocráticos".

Segundo a polícia, foram registrados pelo menos "60 incidentes violentos relacionados diretamente com as eleições" nas últimas 48 horas. Em seis episódios houve disparos, que deixaram os cinco mortos, além de 17 feridos. "Foram incidentes isolados, ainda que alguns tenham sido trágicos", afirmou o chefe da missão de observação da União Europeia, Javier Nart.

Cerca de 17 milhões de pessoas estavam aptas a votar para escolher o presidente e os 275 parlamentares que formarão o novo Legislativo. Pouco mais de 515 mil votos separaram os dois candidatos, de acordo com Jean Adukwei Mensa, presidente da Comissão Eleitoral.

Até o fim da manhã desta quarta, John Mahama liderava a apuração. Mas apenas as contagens de 7 das 16 regiões haviam sido divulgadas. Normalmente, o resultado da eleição em Gana é conhecido dentro de 24 horas, mas a Comissão Eleitoral culpou as fortes chuvas no país pelo atraso.

Durante a campanha, Mahama havia levantado dúvidas sobre a capacidade da Comissão Eleitoral de conduzir um pleito acima de suspeitas e disse não aceitar o resultado de uma "eleição falha". Após a divulgação da contagem, seu partido, o Congresso Democrático Nacional, questionou o resultado.

A reeleição de Akufo-Addo representa também a derrota da primeira mulher a concorrer à Vice-Presidência no país, a professora e ex-ministra da Educação Naana Jane Opoku-Agyeman, 69, na chapa de Mahama.

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A professora e candidata à Vice-Presidência de Gana, Naana Jane Opoku-Agyemang, durante campanha em Cape Coast - Naana Jane no Facebook

Após ser reeleito, Akufo-Addo prometeu implementar um programa de US$ 17 bilhões (R$ 88,2 bilhões) para impulsionar a economia de Gana depois de a pandemia de coronavírus atingir o preço das exportações de petróleo e cacau, resultando na primeira contração trimestral do PIB em quase 40 anos.

Mas ele estará sob pressão para conter os gastos do governo que empurraram a relação dívida/PIB para acima dos 70%, o que gerou alertas do Fundo Monetário Internacional.

"Minha tarefa imediata é continuar o processo de reverter o efeito que a Covid-19 possa ter sobre a nossa economia e as nossas vidas e colocar o país na rota de uma recuperação completa", disse.

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