Descrição de chapéu Governo Trump

Trump perdoa 20 condenados, incluindo envolvidos no caso de interferência russa

Papadopoulos, que foi assessor de política externa da campanha do republicano, está entre os beneficiados

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Maggie Haberman Michael S. Schmidt
Washington

Numa audaciosa rodada de indultos antes do Natal, o presidente Donald Trump perdoou nesta terça (22) duas pessoas condenadas no caso da interferência russa nas eleições de 2016, quatro militares acusados de envolvimento com a morte de civis iraquianos e três ex-congressistas republicanos condenados por corrupção.

Entre os perdoados, está George Papadopoulos, que era assessor de política externa da campanha de Trump em 2016 e se declarou culpado, em 2017, de falso testemunho a autoridades federais como parte da investigação conduzida pelo procurador especial Robert Mueller.

George Papadopoulos, que foi assessor de política externa da campanha de 2016 do presidente Donald Trump, passa por seguranças a caminho de audiência do processo contra ele, em Washington, em 2018
George Papadopoulos, que foi assessor de política externa da campanha de 2016 do presidente Donald Trump, passa por seguranças a caminho de audiência do processo contra ele, em Washington, em 2018 - Andrew Caballero-Reynolds - 7.set.18/AFP

Trump também concedeu indulto a Alex van der Zwaan, um advogado que se declarou culpado também por falso testemunho na investigação de Mueller. Os dois cumpriram penas curtas de prisão.

Os perdões relacionados com a investigação de Mueller são um sinal de que podem vir mais indultos nessa direção, de acordo com pessoas próximas ao presidente.

Recentemente, o republicano também perdoou seu ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn, que se declarou duas vezes culpado ao FBI, a polícia federal americana, por mentir para investigadores.

"Tenho a grande honra de anunciar que o general Michael T. Flynn recebeu perdão total", escreveu o republicano em uma mensagem no Twitter. "Parabéns a ele e à sua maravilhosa família, eu sei que agora vocês terão um fantástico Dia de Ação de Graças."

Em julho, Trump comutou a sentença de Roger Stone, seu assessor de longa data que foi condenado em uma série de acusações relacionadas com o inquérito de Mueller. Os dois mantiveram sua inocência.

A lista de perdoados pelo presidente também incluem funcionários terceirizados do governo condenados pela morte de civis enquanto trabalhavam no Iraque em 2007.

Um deles, Nicholas Slatten, tinha sido sentenciado a prisão perpétua. Ele trabalhava para a companhia Blackwater e foi condenado por sua partipação na morte de 17 civis iraquianos em Bagdá —um massacre que deixou uma das maiores marcas na atuação dos Estados Unidos durante a guerra.

Os três ex-congressistas perdoados por Trump foram Duncan Hunter, da Califórnia, Chris Collins, de Nova York e Steve Stockman, do Texas.

Hunter deveria começar a cumprir a pena de 11 meses de prisão a partir do próximo mês. Ele se declarou culpado em 2019 de mau uso de fundos de campanha.

Collins, apoiador de primeira hora de Trump, está cumprindo pena de 26 meses depois de se declarar culpado em 2019 de falso testemunho ao FBI e de conspirar para cometer fraudes.

Stockman foi condenado em 2018 sub acusação de fraude e lavagem de dinheiro e estava cumprindo sentença de 10 anos de prisão.

Trump também perdoou completamente dois agentes de controle de fronteira cujas penas já haviam sido comutadas pelo ex-presidente George W. Bush. Eles haviam sido condenados por atirarem em um suposto traficante de drogas.

Os indultos não devem ser os últimos antes de Trump deixar a Casa Branca, em 20 de janeiro, quando assume o presidente eleito, Joe Biden —e alimentam os argumentos de que o republicano usa esse poder de forma arbitrária para obter ganhos políticos e pessoais.

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