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'Venceremos!', diz opositora bielorrussa ao receber principal prêmio da União Europeia

Honraria de direitos humanos celebra luta da oposição, liderada por Svetlana Tikhanovskaia, por democracia na Belarus

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Bruxelas | AFP

Ao receber o prêmio Sakharov de direitos humanos, a honraria máxima concedida pela União Europeia (UE), a oposicionista bielorrussa Svetlana Tikhanovskaia afirmou nesta quarta-feira (16) que o movimento que lidera contra o regime de Aleksandr Lukachenko vencerá, apesar da repressão brutal.

"Estamos destinados a vencer e venceremos", disse ela na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas. "Pela terceira vez em 20 anos os bielorrussos foram honrados com o prêmio Sakharov. Existe motivação melhor para continuar?", questionou Tikhanovskaia, que vive em exílio na Lituânia.

A líder opositora Svetlana Tikhanovskaia posa com o prêmio Sakharov durante cerimônia no Parlamento Europeu, em Bruxelas
A líder opositora Svetlana Tikhanovskaia posa com o prêmio Sakharov durante cerimônia no Parlamento Europeu, em Bruxelas - John Thys/AFP

Para ela, "um muro invisível de medo foi construído ao nosso redor e nos contém há três décadas". Mas "unidos em nossa aspiração por uma mudança, estamos convencidos de que esse muro pode ser derrubado tijolo por tijolo, superando nossos medos".

Belarus está há vários meses paralisada por manifestações opositoras, que não aceitam o resultado das eleições presidenciais realizadas em 9 de agosto, consideradas fraudulentas e que permitiram uma nova reeleição de Lukachenko, no poder dede 1994. Ele nega irregularidades e se recusa a renunciar ao cargo.

A UE não reconhece o resultado do pleito e considera que o governo carece de "legitimidade democrática".

Ao conceder o prêmio, em outubro, o Parlamento europeu citou nominalmente dez ativistas que integram o Conselho de Coordenação, formado no fim de agosto para viabilizar a transferência de poder na Belarus. Além de Tikhanovskaia, a escritora ganhadora do Nobel de Literatura Svetlana Aleksiévich, que deixou o país no fim de setembro, também foi lembrada.

O bloco europeu também já sancionou mais de 50 membros do regime bielorrusso, entre os quais o próprio Lukachenko e seu filho Viktor, além de vários ministros e chefes de polícia responsáveis pela repressão aos protestos.

Todas essas pessoas estão proibidas de viajar para qualquer um dos 27 países que compõem a União Europeia, e os eventuais bens que possuem no território do bloco foram congelados.

Nos últimos três meses, as tropas de choque já fizeram cerca de 20 mil detenções e ao menos três pessoas foram mortas nos primeiros dias de repressão violenta às manifestações.

Mais de 900 processos já foram abertos pela ditadura contra opositores do regime. Há cerca de 2.000 relatos de tortura, segundo a jornalista Hanna Liubakova, dos quais ao menos 500 foram documentados pela ONG de direitos humanos Viazna; nenhum processo foi aberto contra policiais.

O Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento é oferecido pelo Parlamento Europeu desde 1988 a indivíduos ou organizações defensoras de direitos humanos e de liberdades fundamentais.

É considerado a maior honraria da União Europeia sobre os temas. Em 2019, homenageou IIham Tohti, economista de origem uigur, pela defesa dos direitos da minoria muçulmana na China.

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