Apoiadora de Trump morta pela polícia do Capitólio era veterana da Força Aérea e defendia teoria QAnon

Ashli Babbitt foi uma das quatro pessoas mortas durante invasão de extremistas no Congresso dos EUA

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BAURU (SP)

Uma das quatro pessoas que morreram durante a invasão de extremistas no Congresso dos EUA nesta quarta (6) era uma veterana da Força Aérea americana e apoiadora fervorosa do presidente Donald Trump.

Ashli Babbitt, 35, morreu depois de ser baleada por um agente da Polícia do Capitólio enquanto tentava passar por cima de uma barreira de móveis empilhados para entrar em um dos plenários do Congresso.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, vê-se um grupo que tentava forçar uma porta com vidros quebrados e bloqueada por cadeiras e mesas. Uma mulher, com uma bandeira de apoio a Trump na cintura, tenta passar pelo obstáculo. Um dos agentes atira contra ela, que cai no chão de mármore.

ATENÇÃO: AS IMAGENS ABAIXO SÃO FORTES

Ela chegou a ser socorrida e levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Nesta quinta, a Polícia do Capitólio informou que o agente que disparou contra a vítima foi afastado de suas funções e que as circunstâncias do caso serão investigadas. A ativista foi baleada ao tentar entrar em uma área restrita, onde os parlamentares estavam abrigados, disse Steven Sund, chefe da polícia.

As autoridades não identificaram oficialmente nenhuma das vítimas, mas diferentes veículos da imprensa americana confirmaram que a mulher baleada na sede do Congresso era Babbitt.

De acordo com o jornal The Washington Post, que entrevistou Timothy McEntee, ex-marido de Babbitt, ela era de San Diego, na Califórnia, veterana da Força Aérea americana e uma ferrenha defensora de Trump.

Ele, que foi casado por 14 anos com Babbitt, até maio de 2019, disse ao jornal que a ex-mulher serviu no Afeganistão e no Iraque, além de ter composto o contingente da Guarda Nacional no Kuwait e no Qatar.

"Ela nunca tinha medo de falar o que pensava e, de certa forma, essa era sua maneira de falar o que pensava [indo para o comício em Washington]", disse McEntee.

Em entrevista à rádio KUSI, de San Diego, Aaron Babbitt, atual marido da vítima, disse que ela era uma apoiadora apaixonada por Trump, "muito barulhenta e opinativa, mas carinhosa, atenciosa e amorosa".

Em suas redes sociais, Babbitt expressava apoio fervoroso ao presidente e ecoava falsas alegações de fraude generalizada nas eleições americanas, além de compartilhar conteúdos que questionavam a gravidade da pandemia de coronavírus e criticavam o uso obrigatório de máscaras de proteção.

Em uma das publicações, no início de setembro, ela postou uma foto no Twitter em que vestia uma camiseta com a frase "We are Q" (nós somos Q), em referência ao movimento QAnon, uma teoria segundo a qual Trump combate uma seita de pedófilos adoradores de Satanás que controla o mundo.

Na última terça-feira (5), véspera da invasão do Capitólio, Babbitt comentou a publicação de um usuário que insinuou que o cancelamento de voos para Washington era resultado de algum tipo de conspiração, já que Trump tinha agendado para o dia seguinte um comício na capital americana.

“Nada vai nos impedir. Eles podem tentar, tentar e tentar, mas a tempestade chegou e está caindo sobre Washington em menos de 24 horas. Da escuridão à luz!”, escreveu Babbitt.

O chefe do Departamento de Polícia de Washington, Robert Contee, afirmou que outras três mortes (dois homens e uma mulher) foram registradas nos arredores do Capitólio. Ele disse que esses óbitos decorreram de “emergências médicas”, sem oferecer mais detalhes.

Ainda segundo Contee, ao menos 50 policiais ficaram feridos, muitos dos quais em situação grave, durante os confrontos no Congresso. Ele também informou que 68 pessoas foram presas, 61 das quais por desrespeitar o toque de recolher imposto pela prefeita de Washington, e 7, por posse ilegal de armas.

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