Após pior nevasca em 50 anos, Espanha enviará comida e vacina a regiões isoladas

País corre contra nova onda de frio gerada pela tempestade Filomena, que já deixou 4 mortos

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Madri | Reuters e AFP

O governo da Espanha irá enviar nesta segunda (11) comboios com vacina contra a Covid-19 e alimentos para regiões que ficaram isoladas pela neve durante a passagem da tempestade Filomena.

O fenômeno gerou a pior nevasca em 50 anos no país e deixou quatro mortos. Na região central, mais de 600 estradas foram afetadas, e centenas de trabalhadores ficaram presos no aeroporto de Barajas, em Madri, fechado desde sexta (8). O terminal deve reabrir gradualmente na noite deste domingo (10).

“O compromisso é garantir o fornecimento de saúde, vacinas e alimentação. Corredores foram abertos para a entrega”, afirmou o ministro do Transporte, Jose Luis Abalos, neste domingo.

Enquanto as autoridades correm para retirar a neve das ruas, meteorologistas alertam para condições perigosas nos próximos dias, com expectativa de temperaturas abaixo de -10° C nesta semana e previsão de congelamento da neve e queda de árvores.

Moradores de Madri caminham em meio a galhos caídos em rua da capital da Espanha
Moradores de Madri caminham em meio a galhos caídos em rua da capital da Espanha - Susana Vera/Reuters

"O perigo não passou”, disse o ministro do Interior, Fernando Grande. “Uma semana de frio intenso transformará toda essa neve acumulada em gelo”, devido a temperaturas mínimas nunca atingidas.

Neste domingo, vários veículos limpa-neve e salgadores —que jogam sal para derreter o gelo— percorriam as ruas de Madri. Segundo o prefeito, José Luis Martínez-Almeida, a cidade não tem “um minuto a perder” para evitar que a neve acumulada nas principais estradas se transforme em gelo.

Mesmo com os alertas, alguns moradores de Madri aproveitavam a quantidade rara de neve para fazer bonecos ou esquiar pelas ruas. Já outros se voluntariaram para ajudar na limpeza.

Homem esquia em rua de Madri durante passagem da tempestade Filomena
Homem esquia em rua de Madri durante passagem da tempestade Filomena - Meng Dingbo - 9.jan.21/Xinhua

“A equipe de saúde tem trabalhado duro por mais de um ano, e esse é um momento breve para nós, então, como cidadãos, estamos tentando ajudar. É a responsabilidade de todo mundo", disse Fernando de la Fuente, 60, que limpava a entrada do Hospital Gregorio Maranon. Havia ainda quem enfrentasse longas filas que se formavam em frente aos poucos supermercados e padarias abertos.

O médico Álvaro Sanchez caminhou 17 km em meio à neve no sábado (9) para trabalhar num hospital de Majadahonda, a 16 km de Madri, o que levou donos de veículos 4x4 a dar carona a profissionais de saúde.

Na cidade, 90 pessoas estão bloqueadas desde sexta em um centro comercial, que não pode ser acessado devido à neve, segundo serviços regionais de emergência.

Os serviços de trem de Madri, que haviam sido suspensos na sexta, voltaram a funcionar neste domingo.

A Agência de Meteorologia Estadual disse que entre 20 cm e 30 cm de neve caíram em Madri neste sábado, configurando a maior tempestade do tipo desde 1971. A nevasca histórica cobriu completamente a capital na sexta e no sábado, assim como grande parte da Espanha.

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