Descrição de chapéu China

China anuncia sanções contra 28 funcionários da administração Trump, incluindo Mike Pompeo

Para Pequim, grupo aliado ao republicano violou 'gravemente a soberania da China'

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São Paulo e Pequim | Reuters

A China anunciou nesta quarta-feira (20), logo após a posse do democrata Joe Biden, sanções contra 28 funcionários do governo do agora ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, incluindo seu secretário de Estado, Mike Pompeo.

Em um comunicado, o ministério das Relações Exteriores disse que, nos últimos anos, “alguns políticos anti-China nos Estados Unidos, movidos por interesses políticos egoístas e preconceituosos contra a China [...] ofenderam o povo chinês e perturbaram seriamente” a relação entre Washington e Pequim.

Funcionários do governo republicano "planejaram, promoveram e executaram uma série de movimentos malucos, interferiram gravemente nos assuntos internos da China e minaram os interesses da China", diz a nota. Por isso, Pequim decidiu sancionar 28 pessoas "que violaram gravemente a soberania" do país.

Xi Jinping passa tropas em revista durante o dia do aniversário da China comunista, em Pequim
Xi Jinping passa tropas em revista durante o dia do aniversário da China comunista, em Pequim - Yan Yan - 1º.out.2019/Xinhua

Além de Pompeo, estão na lista o agora ex-assessor comercial Peter Navarro, o ex-conselheiro de Segurança Nacional Robert O'Brien, o ex-subsecretário para o Leste Asiático e Assuntos do Pacífico David Stilwell, o ex-secretário de Saúde Alex Azar e a ex-enviada na ONU Kelly Craft.

Pequim também sancionou o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton e o ideólogo de extrema direita Steve Bannon. Com a medida, esse grupo, assim como seus familiares próximos, fica proibido de entrar na China continental, em Hong Kong e em Macau. Além disso, também estão impedidos de fazer negócios com o país asiático, assim como qualquer empresa ou instituição ligadas a eles.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse em entrevista coletiva nesta quarta que Pompeo “é um político conhecido por mentir e trapacear, um palhaço que está se tornando motivo de chacota”. Ela afirmou ainda que espera do novo governo Biden espírito de respeito mútuo, tratando adequadamente as diferenças e conduzindo cooperação que favoreça os dois países.

Na terça (19), em uma audiência de confirmação do Senado, Antony Blinken, nome de Biden para comandar a secretaria de Estado, reforçou discurso anti-China. "Devemos enfrentar a China a partir de uma posição de força, não de fraqueza", disse o diplomata que, caso seja aprovado, vai ocupar uma das posições mais importantes do governo, chefiando a diplomacia americana.

O indicado de Biden não descartou, porém, a possibilidade de trabalhar com interesses mútuos entre Washington e Pequim. É preciso, segundo ele, “não denegrir aliados” e não se afastar de políticas e instituições internacionais, “semeando o terreno para a China escrever regras e normas” —referindo-se às decisões de Trump de tirar o país de órgãos globais, como a OMS, e de tratos, como o Acordo de Paris.

O diplomata ainda disse acreditar que o republicano estava certo em adotar uma abordagem mais dura para a China, discordando apenas da maneira como essa postura foi conduzida.

Também na terça, o governo Trump declarou que a China comete "genocídio e crimes contra a humanidade" ao reprimir muçulmanos uigures e outras minorias na região de Xinjiang —a decisão não gera nenhuma penalidade automática à China, mas coloca pressão para que países e empresas deixem de fazer negócios na região, uma das maiores fornecedoras globais de algodão.

Ao comentar o assunto, Blinken disse que os EUA devem defender seus valores democráticos “quando os direitos humanos são violados em Xinjiang” ou “quando a democracia é pisoteada em Hong Kong”.

O assunto também foi abordado pela porta-voz Hua Chunying nesta quarta: "Esperamos que o novo governo possa ter seu próprio julgamento razoável e frio sobre as questões de Xinjiang".

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