O primeiro-ministro do Iraque, Mustafa al-Kadhimi, anunciou nesta quinta-feira (28) que as forças de segurança no país mataram Abu Yaser al-Issawi, um dos comandantes do Estado Islâmico (EI) no país.
O premiê fez o anúncio em suas redes sociais. “Nós prometemos e cumprimos. Dei minha palavra que iríamos perseguir os terroristas do Daesh [nome também usado para se referir ao grupo], demos a eles uma resposta estrondosa”, escreveu. O EI ainda não se pronunciou.
"Se isso for realmente confirmado, é uma notícia significativa, al-Issawi chefiou toda a operação do EI no Iraque", disse Charles Lister, diretor do instituto de estudos do Oriente Médio em Washington, no Twitter. "Vale a pena esperar mais evidências substantivas (...) alegações anteriores já se revelaram falsas."
Na semana passada, 32 pessoas foram mortas por dois homens-bomba num mercado no centro de Bagdá. Foi a ação mais mortal em três anos na capital iraquiana —e a autoria foi reivindicada pelo EI.
Três anos atrás, no mesmo lugar, um ataque matou 31 pessoas. Assim como antes, a ação de agora ocorreu enquanto o país discutia a organização de eleições legislativas, evento que, no Iraque, costuma ser acompanhado de violência.
Um pleito antecipado para a formação de um novo Parlamento foi prometido pelo governo para ocorrer em junho, mas as autoridades agora propõem um adiamento até outubro, a fim de dar mais tempo para que a Comissão Eleitoral organize a votação.
O atentado seguiu um modelo bastante usado pelo Estado Islâmico, que chegou a ocupar quase um terço do Iraque, mas perdeu praticamente todos os territórios que controlava.
Após as derrotas, células do EI se refugiaram em áreas montanhosas e desérticas do país. Nos últimos meses, o grupo radical havia assumido a autoria apenas de ações de pequena escala no Iraque, geralmente realizadas à noite, contra posições militares longe das cidades.
As autoridades iraquianas disseram que o ataque da semana passada foi um possível sinal de que o grupo está se recuperando após a derrota militar em 2017. Ele também ocorreu horas após a posse de Joe Biden como presidente dos EUA —Washington mantém cerca de 2.500 militares no Iraque principalmente para ajudar no combate ao grupo.
Os EUA estão reduzindo o número de tropas no país, por meio de um acordo bilateral, e Washington não tem planos de manter bases militares permanentes no Iraque. Os EUA lideram uma coalizão internacional que atua no país desde 2014 para combater o EI. Quase todas as tropas dos outros membros da coalizão, no entanto, deixaram o território iraquiano em 2020, devido à pandemia.
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