A Coreia Norte deu início, nesta terça-feira (6), a um momento pouco frequente na política do país: o 8º Congresso do Partido dos Trabalhadores, realizado pela última vez em 2016.
Há grande expectativa em torno do evento, que dura alguns dias, pois o ditador Kim Jong-un deve falar sobre planos para a política externa a apenas duas semanas da posse do democrata Joe Biden, nos EUA.
Também há possibilidade de o líder norte-coreano anunciar mudanças de liderança –potencialmente envolvendo sua irmã, Kim Yo-jong, que já é oficial sênior do partido– e discutir outras questões organizacionais e orçamentárias.
Como de costume, Kim exaltou os avanços militares em seu discurso de abertura, afirmando que o país alcançou uma “vitória milagrosa” desde a última reunião, em referência a testes bem-sucedidos em 2017 de mísseis balísticos intercontinentais capazes de atingir o continente americano.
No congresso, está previsto que ele apresente o plano econômico para os próximos cinco anos. O assunto também foi tema da fala inicial de Kim, que admitiu que o último planejamento "ficou tremendamente aquém das metas em quase todos os setores”, segundo a agência de notícias estatal KCNA.
Apesar de não ter confirmado nenhum surto de Covid-19 no país, o ditador louvou os trabalhadores do partido por garantir “situações estáveis contra o coronavírus do início ao fim". Eles “resolutamente superaram dificuldades diante de uma crise de saúde global prolongada e sem paralelo”.
Autoridades sul-coreanas, porém, disseram que um surto não pode ser descartado, pois o país mantinha comércio e movimentação de pessoas com a China antes de fechar a fronteira, no fim de janeiro de 2019.
Segundo Kim, que lidera seu segundo congresso, participam do evento 4.750 delegados e 2.000 espectadores. Em imagens da KCNA, ninguém usava máscara nem havia distanciamento físico.
O ditador estava acompanhado de assessores importantes, como sua irmã, o chefe de Estado nominal, Choe Ryong Hae, e o primeiro-ministro, Kim Tok Hun.
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