Descrição de chapéu Coronavírus

Reino Unido proíbe entrada de viajantes do Brasil devido a variante do coronavírus

'Fortes ligações com o país' também levam a suspensão de voos de Portugal

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Bruxelas

O Reino Unido proibiu a entrada a partir desta sexta (15) de pessoas vindas do Brasil e de outros 14 países, além da Guiana Francesa, como precaução contra a transmissão de uma nova variante do coronavírus. Em “decisão urgente”, foram proibidas também chegadas ao Reino Unido de Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

As viagens de Portugal também foram suspensas, "devido às suas fortes ligações com o Brasil", afirmou o ministro dos Transportes do Reino Unido, Grant Shapps. ​A proibição não se aplica a cidadãos britânicos e irlandeses e nacionais de países terceiros com direitos de residência, mas passageiros que retornam desses destinos deverão se isolar por dez dias.

A proibição se refere a voos diretos, mas todos os passageiros que chegam ao Reino Unido devem preencher um formulário que inclui locais por onde o viajante passou. "Portanto, estaremos cientes de qualquer passageiro que venha por meio de voos não diretos", afirmou à Folha o Ministério do Transporte.

As companhias aéreas já haviam interrompido voos diretos entre Brasil e Reino Unido, depois de proibição do governo brasileiro decretada há três semanas, devido à variante identificada pela primeira vez em território britânico.

Para conter a transmissão, os quatro integrantes do Reino Unido (Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte) decretaram um novo confinamento rigoroso, que parece apontar alguns sinais de sucesso: o número de novos casos registrados em um dia foi de 45 mil, bem abaixo do pico recente de mais de 80 mil. O governo teme, porém, que as reuniões de Natal e fim de ano possam provocar um novo repique.

A partir de segunda, passageiros do exterior que chegam à Inglaterra precisarão também apresentar teste negativo para coronavírus feito no máximo 72 horas antes. A medida seria implantada na sexta, mas foi adiada para permitir a preparação dos viajantes.

Quem chegar sem resultado negativo no teste pagará multa de 500 libras (mais de R$ 3.500). Todos os ingressantes terão também que fazer quarentena de dez dias. A medida vale inclusive para os países com quem o Reino Unido tem “corredor de viagens” (Austrália, Noruega e Islândia, por exemplo. Os corredores serão suspensos a partir de segunda (18)..​

O premiê Boris Johnson participa de sessão no Parlamento britânico - Jessica Taylor - 13.jan.21/Parlamento Britânico via AFP

O premiê do Reino Unido, Boris Johnson, afirmara na quarta (13) estar preocupado com a nova variante do coronavírus cuja origem é atribuída ao Brasil e que poderia limitar a entrada de viajantes vindos do país.

“Já temos medidas duras para proteger nosso país de novas infecções vindas do exterior e estamos tomando medidas para fazer isso com relação à variante brasileira”, afirmou a parlamentares em comitê da Câmara dos Comuns.

O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão, onde foram detectadas as mutações após a chegada de viajantes brasileiros, afirmou não haver evidências até o momento de que a variante encontrada no Brasil seja mais infecciosa, mas o governo britânico considerou necessário banir os voos, como já havia feito com os da África do Sul, onde outra cepa foi registrada.

Pressionado por uma alta no contágio depois de detectar uma variante em seu próprio território, o Reino Unido registrou mais de 1.500 mortes por Covid-19 em 24 horas, maior número relatado em um único dia desde o início da pandemia. Questionado sobre a situação nos hospitais, o premiê afirmou que há 32 mil pessoas internadas, 70% acima do pico de abril do ano passado, e risco de colapso na terapia intensiva.

“Se você me perguntar quando achamos que a capacidade da UTI provavelmente será excedida, não posso dar uma previsão disso, mas tudo o que posso dizer é que o risco é muito substancial”, disse ele. No último fim de semana, autoridades médicas e de saúde do país já haviam alertado para a “batalha mais difícil da história” no serviço nacional de saúde.

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