O papa Francisco nomeou, neste sábado (6), a freira francesa Nathalie Becquart como subsecretária do Sínodo dos Bispos. É a primeira vez que uma mulher é indicada para o cargo, que tem direito a voto.
Em 2019, Becquart atuou como consultora do sínodo, grupo de bispos encarregado de estudar as grandes questões de doutrina da Igreja Católica desde 1965. No novo cargo, ela será acompanhada pelo espanhol Luis Marín de San Martín, segundo o Vaticano.
Becquart nasceu em Fontainebleau, sudeste de Paris, em 1969, e estudou filosofia, teologia, sociologia e outras disciplinas em importantes centros acadêmicos da capital francesa. Ela também fez estudos avançados nos Estados Unidos e publicou vários ensaios.
A nomeação de Becquart reflete a vontade do papa de promover "uma maior participação das mulheres nos processos de discernimento e decisão eclesial", explicou o secretário-geral do sínodo, cardeal Mario Grech, em entrevista coletiva.
“Nos últimos sínodos, aumentou o número de mulheres que participaram como peritos ou auditores. Com a nomeação da Irmã Natalie Becquart e sua capacidade de participar com direito a voto, uma porta foi aberta”, acrescentou o cardeal.
O sínodo é formado por "padres sinodais" (bispos ou cardeais), que têm direito a voto, e por auditores e peritos, sem direito a voto.
Em outubro de 2019, religiosos que participaram de um sínodo dedicado à Amazônia pediram em vão o direito de voto sobre o documento final da assembleia.
O papa Francisco pretende continuar a reforma do sínodo e, em geral, a abertura da igreja às mulheres e aos leigos em um contexto de crise da vocação sacerdotal. A próxima assembleia geral ordinária do sínodo foi convocada para 2022 e terá como tema a sinodalidade, que pode ser definida como a união em torno das missões da igreja, em suas diferentes esferas.
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