Descrição de chapéu Governo Biden

Proteção de empregos é maior preocupação de americanos com política externa, mostra pesquisa

Estudo aponta também que Biden inspira mais confiança do que Trump para gerir relações exteriores

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São Paulo

A proteção aos empregos nacionais deve ser um tema prioritário na política externa dos EUA sob Joe Biden, defendem 75% dos americanos, aponta uma pesquisa do Pew Research Center divulgada nesta quarta (24).

O tema foi o mais citado, junto com o combate ao terrorismo e às doenças contagiosas: ambos são prioridade para 71% dos americanos. Em seguida, vem o controle da proliferação de armas de destruição em massa, como bombas nucleares, com 64%.

Funcionário trabalha em fábrica de máscaras em Miami, na Flórida - Chandan Khanna - 15.fev.21/AFP

A pesquisa do Pew ouviu 2.596 moradores dos EUA, entre 1º e 7 de fevereiro, e traz também um recorte partidário. Os entrevistados que se identificaram como republicanos se preocupam mais com a proteção ao emprego (85% o citaram) e com o terrorismo (81%). Manter a vantagem militar dos EUA no mundo foi o terceiro item mais citado entre eles (68%).

Já os apoiadores dos democratas veem como principais temas internacionais o controle de doenças contagiosas (80%) e as mudanças climáticas (70%). A proteção aos empregos vem em terceiro (67%).

Limitar o poder de outros países, considerados ameaças aos EUA, aparece mais abaixo na lista. Para 48% do total, conter a influência da China deveria ser uma prioridade. Agir contra Rússia (42%), Irã (38%) e Coreia do Norte (40%) mobilizam parcelas relativamente similares do país.

Apesar da grande preocupação com o emprego, priorizar o combate à imigração ilegal tem apoio de 38% na soma geral, embora seja prioridade para 64% dos republicanos. O ex-presidente Donald Trump acusava os imigrantes de roubarem trabalhos dos americanos.

Sob Trump, o desemprego nos Estados Unidos atingiu 3,5% antes da pandemia, menor valor em 50 anos. No entanto, pouco depois, subiu para 14,7%, maior valor desde a Grande Depressão, nos anos 1930. Em janeiro de 2021, o índice registrou 6,3%, o que representa 10,1 milhões de pessoas em busca de trabalho no país.

A pesquisa mostra também que 50% dos americanos avaliam que os EUA deveriam dar menos atenção ao exterior para se concentrar em problemas internos, e 49% consideram o oposto: que o país terá um futuro melhor caso ajude a resolver questões globais.

A maioria dos republicanos (67%) defende o foco doméstico, ao contrário dos democratas: 65% deles são favoráveis à atuação estrangeira.

Em outra questão, 54% dos entrevistados disseram considerar que muitos dos problemas dos EUA podem ser resolvidos com ajuda internacional. Essa opinião é mais frequente entre hispânicos (63% disseram concordar) e menor entre aqueles que não têm formação universitária (52%) e republicanos (33%).

A maioria dos americanos considera que os EUA obtém benefícios por fazer parte de instituições internacionais, como a Otan (71% veem vantagem na aliança militar liderada por Washington), ONU (67%) e a OMS (65%).

O governo anterior, de Donald Trump, fez diversos ataques a entidades globais e tomou medidas para cortar o envio de recursos para elas. Já Biden trabalha em uma reaproximação: levou os EUA de volta à OMS logo após assumir.

Entre 2018 e 2021, no entanto, o apoio ao fortalecimento da ONU caiu, de 39% para 30%. No mesmo período, a preocupação com a China subiu, de 32% para 48%.

A pesquisa mostrou também que 60% dizem confiar que Biden faz uma boa gestão da política externa. Ao longo do mandato, Trump oscilou entre 45% e 48% de aprovação neste item. Já o ex-presidente Barack Obama começou o mandato, em 2009, com 74% de apoio sobre sua política externa e deixou a Casa Branca, em 2016 com 58% de aprovação, segundo o Pew.

Biden tem buscado reverter as políticas de Trump, que apostava no lema "América em primeiro lugar" e defendia que tomar medidas duras, como aumentar a deportação de imigrantes, impor tarifas comerciais sobre a China e retirar os EUA de acordos e entidades internacionais, traria prosperidade ao país.

Nas primeiras semanas no cargo, Biden suspendeu algumas ações contra imigrantes e levou os EUA de volta ao acordo climático de Paris. O democrata também busca retomar o diálogo com o Irã, para tentar convencer o país a conter seu programa nuclear. Já com a China, manteve uma postura mais firme, e criticou o governo chinês por violações de direitos humanos.

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