Descrição de chapéu feminicídio

Polícia de Londres dispersa com truculência ato de mulheres que pediam mais segurança

Agentes entraram em confronto com multidão que homenageava mulher assassinada; suspeito do crime é policial

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Londres | Reuters

A polícia de Londres recebeu críticas após ter entrado em confronto com manifestantes em uma vigília em homenagem a uma mulher assassinada no início do mês. O principal suspeito do crime é um policial.

Sarah Everard, 33, desapareceu na noite de 3 de março quando ia a pé até sua casa. O crime provocou protestos no Reino Unido e indignação diante do fracasso da polícia e da sociedade em geral no combate à violência contra as mulheres.

Policiais formam cordão para tentar dispersar vigília por morte de Sarah Everard, em Londres - Justin Tallis - 13.mar.21/AFP

A polícia havia negado permissão para uma vigília no sábado (13), no parque de Clapham Common, perto do local onde Sarah foi vista pela última vez. O veto foi motivado pelas medidas para evitar a disseminação do coronavirus, segundo as autoridades.

No entanto, centenas de pessoas, a maioria das quais mulheres, reuniram-se de forma pacífica no parque para homenagear Sarah. Entre as mulheres estava a princesa Kate Middleton, mulher do príncipe William.

Vídeos de sábado à noite, compartilhados nas redes sociais, mostram dezenas de policiais marchando em direção à multidão, enquanto as pessoas gritavam “vocês deveriam se envergonhar”. As cenas também mostram confrontos entre manifestantes e policiais, que arrastaram mulheres do local.

Uma imagem de policiais algemando uma mulher, após jogá-la no chão, enquanto ela grita, foi amplamente compartilhada nas redes sociais.

Manifestante é detida e jogada ao chão durante protesto em Londres, na noite de sábado (13) - Hannah McKay/Reuters

"Na noite passada, as pessoas estavam muito abaladas, as emoções estavam à flor da pele, o que é totalmente compreensível, e a polícia, que é operacionalmente independente, vai ter que se explicar com a Secretária de Assuntos Internos”, disse Victoria Atkins, subsecretária parlamentar de Segurança.

A secretária de Assuntos Internos, Priti Patel, encarregada do policiamento, descreveu as imagens dos confrontos como “perturbadoras” e disse ter requisitado à polícia um relatório sobre o que aconteceu.

Já a comissária-adjunta da polícia metropolitana, Helen Ball, defendeu as ações dos policiais. "Policiais no local tiveram de tomar uma decisão muito difícil. Havia centenas de pessoas aglomeradas, o que representava um risco real de disseminação de Covid-19”, disse Ball em comunicado.

Manifestantes homenageiam Sarah Everard em um memorial no parque de Clapham Common, em Londres
Manifestantes homenageiam Sarah Everard em um memorial no parque de Clapham Common, em Londres - Henry Nichols/Reuters

O policial acusado de ter assassinado Sarah foi interrogado no sábado. A polícia achou o corpo dela na quarta-feira (10) em uma mata a 80 quilômetros a sudoeste de Londres. O corpo estava em um saco de entulho e foi identificado pela arcada dentária.

A morte de Sarah gerou clamor no país e levou mulheres a compartilhar nas redes sociais relatos sobre assédio e ataques sexuais perpetrados por homens e a descrever o medo sentem diariamente. O líder dos Democratas Liberais pediu a renúncia da chefe da polícia de Londres, Cressida Dick.

"Seus policiais deveriam ter sido solidários aos manifestantes em Clapham Common, não deveriam ter tentado acabar com essa demonstração de pesar em um protesto pacífico”, escreveu Ed Davey.

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