Presidente de El Salvador conquista maioria no Parlamento e poderá mexer na Constituição

Partido de Nayib Bukele terá 56 deputados de um total de 84 no legislativo unicameral

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Buenos Aires

Como apontavam os resultados parciais, o partido do presidente Nayib Bukele, 39, terá maioria no legislativo unicameral de El Salvador.

Segundo anúncio feito pelo tribunal eleitoral do país nesta terça-feira (2), o Nuevas Ideas, recém-nascido para abrigar os alinhados à política de direita populista do mandatário, terá 56 deputados de um total de 84.

Contando com pelo menos outros cinco parlamentares de partidos alinhados, Bukele terá a maioria na Casa —e poderá propor alterações à Constituição, além de nomear juízes da Suprema Corte e o procurador-geral do país.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, fala em um centro de saúde público em San Salvador
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, fala em um centro de saúde público em San Salvador - Jose Cabezas - 17.fev.2021/Reuters

Bukele, que tem uma popularidade de 97%, vinha centralizando poder desde que foi eleito, em 2019. Com bons resultados no combate à violência, o mandatário, porém, comete avanços contra a imprensa independente e é acusado de corrupção e nepotismo, favorecendo familiares em cargos públicos.

Jornais independentes que divulgaram esses abusos vêm sendo perseguidos ou ameaçados. O site El Faro, o mais importante do país, está sendo processado por expor publicamente o nepotismo do governo e ações irregulares na aplicação das medidas de quarentena.

Desde que começou a pandemia do coronavírus, vem sendo cobrado por organismos internacionais como a Human Rights Watch por conta de abusos na imposição de quarentenas e confinamentos para calar opositores. Além disso, os espaços para isolamento e quarentena dos que chegam do exterior foi avaliado como inapropriado por defensores de direitos humanos.

Na eleição ocorrida no último domingo (28), os partidos tradicionais do país tiveram um desempenho fraco. O direitista Arena (Aliança Nacional Republicana) ficou com 14 assentos no parlamento, enquanto a esquerdista FMLN (Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional) deteve apenas cinco.

Desde a redemocratização do país após a guerra civil, em 1992, nunca um presidente salvadorenho tinha conseguido acumular tanto poder.

A oposição entrou com pedido de investigação contra Bukele pelo fato de ele ter feito campanha no próprio dia da eleição, por meio de pronunciamentos e pelas redes sociais, algo que vai contra a lei eleitoral do país.

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