Secretária do Tesouro dos EUA e Guedes discutem parceria em torno da Amazônia

Em telefonema, Yellen e ministro da Economia abordam denominadores comuns para promover economia sustentável

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Washington

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, conversou por telefone com o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (11). Entre os assuntos, o tema que tem dominado o diálogo entre os governos de Joe Biden e Jair Bolsonaro até agora: a preservação da Amazônia.

Nas três conversas de alto escalão entre as equipes nas últimas semanas, o recado é o mesmo. Os EUA querem tratar o Brasil como parceiro para desenvolver políticas para a proteção da floresta, sem sanções econômicas neste primeiro momento.

No telefonema entre Yellen e Guedes, revelado primeiro pelo jornal O Estado de S. Paulo, falou-se sobre encontrar denominadores comuns para assuntos que envolvam economia sustentável e maior facilitação de negócios entre os países.

A secretário do Tesouro americano, Janet Yellen, durante encontro em Washington
A secretário do Tesouro americano, Janet Yellen, durante encontro em Washington - Jonathan Ernst - 13.dez.17/Reuters

Comandado por Yellen, o Tesouro americano, junto com o Departamento de Estado e as agências para desenvolvimento e cooperação internacional —USAID e DFC, nas siglas em inglês—, será responsável por elaborar um plano para a proteção da Amazônia em parceria com o Brasil e outros países interessados.

Uma das ideias é que haja um fundo de financiamento —com aportes públicos e privados— em troca do comprometimento do Brasil com metas de preservação da floresta.

Como revelou a Folha, a ordem do governo Biden é que as primeiras ações da Casa Branca em relação à Amazônia devem ser tratadas com diálogo e não envolvam sanções contra o Brasil.

Apesar da pressão da ala progressista do Partido Democrata e de ativistas que pedem medidas punitivas contra a gestão de Bolsonaro, a orientação na Casa Branca é apostar em um plano colaborativo para a preservação da floresta, antes de aplicar qualquer punição ao país.

Durante um debate eleitoral no ano passado, Biden já havia falado em criar um fundo de US$ 20 bilhões para combater o desmatamento e citado consequências caso o governo brasileiro não tomasse atitudes contra a destruição da região. À época, Bolsonaro reagiu e disse que não aceitava suborno.

Depois da posse do democrata, diplomatas e a ala militar do Planalto entraram em campo para tentar baixar a temperatura e abrir canais de diálogo com o governo Biden.

Antes da conversa entre Yellen e Guedes, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, conversou com o secretário de Estado americano, Anthony Blinken, e, depois, ao lado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, teve uma reunião virtual com o chamado czar do clima do governo Biden, John Kerry.

Os auxiliares de Biden reconhecem que Bolsonaro diverge do democrata em muitos assuntos, principalmente sobre meio ambiente e direitos humanos, mas afirmam acreditar que o histórico da relação em outras áreas, como defesa e comércio, pode pavimentar o caminho para um entendimento.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.