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Ativista Greta Thunberg critica Bolsonaro por gestão ambiental e da pandemia

Jovem sueca participou de entrevista coletiva com diretor da OMS sobre a crise sanitária

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Genebra | Reuters e AFP

A ativista Greta Thunberg, 18, criticou a gestão ambiental e sanitária do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante uma entrevista coletiva virtual da OMS (Organização Mundial da Saúde), nesta segunda-feira (19), com o diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Ao ser questionada sobre o posicionamento de Bolsonaro em relação ao ambiente e ao enfrentamento da Covid-19, Greta respondeu que preferia não falar de indivíduos específicos, mas afirmou que o brasileiro “falhou em tomar responsabilidades para preservar as condições de vida atuais e futuras da humanidade”.

A ativista ambiental Greta Thunberg, 18, em protesto em frente ao Parlamento da Suécia, em Estocolmo
A ativista ambiental Greta Thunberg, 18, em protesto em frente ao Parlamento da Suécia, em Estocolmo - Jonathan Nackstrand - 25.set.20/AFP

Bolsonaro tem sido criticado mundialmente tanto pelas políticas ambientais do governo brasileiro como pelo agravamento dos números da pandemia no país —na última semana, a ONG Médicos sem Fronteiras classificou o quadro no Brasil como "catástrofe humanitária".

A ativista sueca fez uma conexão direta entre a pandemia e a destruição ambiental, que ela diz ter facilitado que vírus perigosos passassem de populações animais para humanos.

“A ciência mostra que vamos vivenciar pandemias devastadoras mais frequentemente a não ser que drasticamente mudemos nossos hábitos e a forma como tratamos a natureza”, disse Greta. “Estamos criando condições ideais para que doenças se espalhem de um animal a outro e para nós.”

Outra crítica feita pela ativista foi contra o nacionalismo das vacinas, que, segundo ela, é o que está comandando a distribuição das doses. “A única coisa moralmente certa a fazer é priorizar as pessoas que são mais vulneráveis, vivam elas em um país de alta ou de baixa renda.”

Greta destacou que, enquanto em países ricos 1 a cada 4 pessoas, em média, foi vacinada contra a Covid-19, nos mais pobres essa taxa é de 1 a cada 500 pessoas. Mais cedo, a ativista sueca anunciou uma doação de 100 mil euros (R$ 668 mil) —por meio da fundação que leva seu nome— para o consórcio Covax da OMS, para combater “a tragédia da desigualdade vacinal”.

O sistema Covax é uma associação pública-privada entre a OMS, a Aliança de Vacinas (Gavi) e a Coalizão para as Inovações no Preparo para Epidemias (Cepi) para garantir uma distribuição igualitária do imunizante, especialmente em 92 países pobres.

Na entrevista coletiva, o diretor da organização reforçou a questão. “Temos as ferramentas para controlar essa pandemia em questão de meses, se as aplicarmos consistentemente e equitativamente”, afirmou.

Ghebreyesus expressou preocupação, no entanto, quanto à taxa alarmante da propagação da Covid-19 no mundo entre pessoas entre 25 e 59 anos, possivelmente ligada à disseminação das novas variantes. O diretor ressaltou que foram necessários nove meses para chegar a 1 milhão de mortes pela doença, quatro meses para 2 milhões e apenas três meses para 3 milhões.

Greta instou que jovens em todo o mundo se vacinem se for possível, mesmo que façam parte do grupo de menor risco da Covid-19, como forma de solidariedade com as pessoas mais vulneráveis.

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