Descrição de chapéu Páscoa

Em mensagem de Páscoa, papa pede distribuição de vacinas aos países pobres

Francisco também chama de 'escandolosos' conflitos armados e gasto militar

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Vaticano | AFP e Reuters

Na basílica de São Pedro quase vazia, o papa Francisco pediu neste domingo de Páscoa (4) à comunidade internacional a rápida distribuição de vacinas contra a Covid, sobretudo para os países pobres, e chamou de "escandalosos" os conflitos armados e o gasto militar durante a pandemia.

Com o coronavírus, este foi o segundo ano seguido em que as celebrações de Páscoa ficaram esvaziadas —havia apenas um pequeno grupo de pessoas em um altar secundário da basílica durante a missa, em vez de multidões na igreja ou na praça do lado de fora.

"A pandemia ainda está em pleno curso, a crise social e econômica são muito graves, especialmente para os mais pobres. E, apesar de tudo —e isso é escandaloso—, os conflitos armados não cessam e os arsenais militares são reforçados", criticou o papa durante a homilia, antes da bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo).

Em relação aos conflitos, ele citou a Síria, "onde milhões de pessoas vivem atualmente em condições desumanas", o Iêmen, "cujas vicissitudes estão cercadas de um silêncio ensurdecedor e escandaloso", e a Líbia, "onde finalmente se vislumbra a saída de uma década de contendas e enfrentamentos sangrentos".

Francisco, que muitas vezes clamou pelo desarmamento e pelo banimento total da posse de armas nucleares, disse: “Ainda há muitas guerras e muita violência no mundo. Que o Senhor, que é a nossa paz, nos ajude a vencer o mentalidade de guerra."

Ele elogiou os jovens de Mianmar empenhados em apoiar a democracia e fazer com que suas vozes sejam ouvidas pacificamente. Mais de 550 manifestantes foram mortos desde o golpe militar de 1º de fevereiro no país, visitado pelo papa em 2017.

Francisco apelou à paz em várias áreas de conflito em África, incluindo a região de Tigré, no norte da Etiópia, e a província de Cabo Delgado, em Moçambique. Ele também apelou a israelenses e palestinos para redescobrirem o poder do diálogo e chegarem a uma solução de dois Estados onde ambos possam viver lado a lado.

O papa ainda dedicou a missa aos mais vulneráveis, aos doentes de Covid-19 e aos migrantes.

Após homenagear médicos e enfermeiras na linha de frente da pandemia, o papa lembrou que as vacinas são uma ferramenta essencial nesta luta e pediu que a comunidade internacional se comprometa a suprir os atrasos na distribuição. Francisco, que normalmente teria feito o discurso para até 100 mil pessoas na praça de São Pedro, falou para menos de 200 na igreja enquanto a mensagem era transmitida para dezenas de milhões em todo o mundo.

A praça estava vazia, exceto por alguns policiais que impunham um rígido bloqueio nacional de três dias.

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