O ponto mais alto do mundo vai ganhar uma linha divisória. O governo chinês anunciou neste domingo (9) que pretende criar uma barreira física no alto do monte Everest, na fronteira entre o país e o Nepal.
O objetivo é impedir que alpinistas de um lado entrem em contato com escaladores do outro, dificultando assim a transmissão do vírus na região. Hoje não existe nenhuma divisória física para os escaladores.
A notícia foi confirmada à agência estatal de notícias Xinhua por Nyima Tsering, que dirige a pasta responsável por regular as atividades do Everest do lado chinês. O dirigente não deu detalhes de como a barreira vai funcionar nem um prazo para sua instalação. O pico da montanha, local onde está a fronteira entre os dois países, fica a mais de 8.800 metros acima do nível do mar.
Tradicionalmente, os alpinistas dos dois lados se encontravam nesse espaço, mas a China quer impedir que isso aconteça porque o vizinho passa atualmente por uma segunda onda de coronavírus.
No domingo, o Nepal registrou 88 mortes por Covid, um recorde na pandemia. O número de casos novos diários, que não alcançava 200 no início de abril, agora chega a quase 9.000. No total, o país de 28 milhões de habitantes registrou 403.794 casos de coronavírus e 3.859 mortes. Devido à pandemia, a escalada do Everest estava proibida desde o ano passado, mas recentemente o Nepal voltou a liberar a atividade.
Até o momento, 408 escaladores receberam autorização para tentar fazer a escalada pelo lado nepalês neste ano, um recorde. Do lado chinês, foram apenas 21 autorizações do tipo.
De acordo com o jornal The New York Times, o acampamento onde os escaladores ficam no Nepal antes de concluir a escalada teve um surto de coronavírus, e muitos alpinistas foram contaminados —dezenas de pessoas tiveram que ser resgatadas de helicóptero e levadas a hospitais da capital, Katmandu, após apresentarem sintomas enquanto subiam a montanha.
Por isso, a China anunciou mais medidas de proteção, incluindo a instalação de um posto de controle na saída de seu acampamento-base. Agora, alpinistas e guias terão que passar pelo local e, em caso de suspeita de contaminação, deverão ficar isolados antes de serem liberados para deixar a montanha.
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