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Em mais um dia de protesto, Duque conversa com opositores sobre crise na Colômbia

Protestos contra governo conservador já deixaram 26 mortos e demandas aumentam

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Bogotá | Reuters

Após dez dias de protestos violentos, o presidente da Colômbia, Iván Duque, se reuniu com oponentes políticos nesta sexta-feira (7) para discutir soluções para a crise no país.

No encontro, membros da Coalición de la Esperanza, uma aliança política de centro-esquerda para as eleições de 2022, levantaram uma série de exigências para combater a pobreza, o desemprego e a violência policial no país.

Duque disse em suas redes sociais que a conversa foi produtiva e representou uma “grande oportunidade de diálogo”, mas os participantes da oposição disseram que o presidente precisava trabalhar muito para atender às demandas.

Um homem vestido de Homem-Aranha ergue o punho cerrado em cima da estátua deSimon Bolívar durante protestos contra o governo em Bogotá
Um homem vestido de Homem-Aranha ergue o punho cerrado em cima da estátua deSimon Bolívar durante protestos contra o governo em Bogotá - Daniel Munoz - 7.mai.2021/AFP

“Entramos em negociações com o presidente Ivan Duque como oposição e saímos como oposição", disse Jorge Robledo, senador do partido Dignidade.

O governo deve conter a violência policial, afirmou a congressista do Partido Verde, Katherine Miranda. "O governo tem duas faces. De dia, ele oferece diálogo e conciliação, mas à noite mostra apenas repressão", disse ela à agência de notícias Reuters.

Uma das principais demandas dos manifestantes é a dissolução do temido esquadrão da polícia de choque Esmad, sigla para Esquadrão Móvil Antidistúrbios, que Duque descartou. A tensão na Colômbia gerou manifestações da ONU, da União Europeia, dos EUA e de ONGs de direitos humanos, que denunciaram o uso desproporcional de força pela polícia para controlar os protestos.

O governo deve se reunir na segunda-feira (10) com o comitê nacional de greve, formado por sindicatos e outros grupos de oposição.

As manifestações, que deixaram ao menos 26 mortos e centenas de feridos, começaram na semana passada contra um plano de reforma tributária sugerido por Duque que, após a pressão das ruas, voltou atrás e retirou o projeto da pauta do Congresso.

As demandas dos manifestantes, porém, agora incluem uma renda básica e a retirada de uma reforma da saúde longamente debatida que os oponentes dizem ser muito vaga para corrigir as desigualdades no país.

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Nesta sexta, manifestantes foram às ruas mais uma vez em cidades como Bogotá e Medellín. Em conversa com jornalistas, o presidente pediu aos manifestantes que retirem os bloqueios de estradas que estão causando a escassez de alimentos e medicamentos, além do aumento de preços.

Duque não pode concorrer às eleições que acontecem no próximo ano, mas as manifestações em andamento podem prejudicar as chances de candidatos de seu partido.

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