Dois integrantes do governo da ex-presidente interina da Bolívia Jeanine Añez (2019-2020) e três americanos foram indiciados nos EUA devido a um suposto esquema de pagamento de propina em um contrato para fornecer gás lacrimogêneo ao país sul-americano.
O Departamento de Justiça dos EUA afirmou que o ex-ministro de Governo da Bolívia Arturo Carlos Murillo Prijic, 57, o ex-funcionário Sergio Rodrigo Mendez Mendizabal, 51, e uma terceira pessoa ligada à gestão de Añez, que não foi identificada, participaram do esquema entre novembro de 2019 e abril de 2020.
Os acusados foram presos na Flórida e na Geórgia na semana passada. A acusação aponta que o esquema está ligado aos esforços de três americanos para obter um contrato de US$ 5,6 milhões para o fornecimento de gás lacrimogêneo e outros equipamentos não letais ao Ministério da Defesa boliviano.
Uma pessoa ligada ao Departamento de Justiça americano disse que, em seis meses, os americanos Luis Berkman, 58, Bryan Berkman, 36, e Philip Lichtenfeld, 48, pagaram US$ 602 mil em propina aos bolivianos.
A pasta afirmou ainda que os americanos lavaram dinheiro por meio de contas bancárias na Flórida e na Bolívia e providenciaram pagamentos em dinheiro no total de US$ 582 mil a Murillo e Mendez.
Tanto os Berkmans como Lichtenfeld foram libertados após pagarem fiança. Os cinco enfrentam acusações de conspiração para lavagem de dinheiro e podem pegar sentenças de até 20 anos, afirmou o Departamento de Justiça. Os advogados de Bryan Berkman, Lichtenfeld e Murillo não comentaram a acusação. A defesa dos outros indiciados ainda não foi localizada.
Murillo foi ministro durante a gestão de Añez, que assumiu a Presidência da Bolívia após a renúncia de Evo Morales. Ele teve um papel central na acusação do líder indígena e de seus principais aliados por sedição e terrorismo. Murillo também foi fortemente criticado por ações violentas da polícia em protestos que terminaram com a morte de apoiadores do ex-presidente. Após entregar o comando do país ao aliado de Evo, Luis Arce, nas eleições do ano passado, Añez foi presa e aguarda seu julgamento por sedição.
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