Homem em lista de ameaça terrorista deixa policial gravemente ferida na França

Agente, atacada com faca, não corre risco de vida; agressor foi morto pelas forças de segurança

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Nantes e Chapelle-sur-Erdre (França) | AFP e Reuters

Um homem que integra a lista de potenciais ameaças terroristas na França atacou com uma faca uma policial nesta sexta (28), deixando-a em estado grave —o agressor foi morto pelas forças de segurança. O caso aconteceu em Chapelle-sur-Erdre, cidade de 20 mil habitantes próxima a Nantes, no oeste do país. Além da agente em estado grave, outros dois policiais acabaram feridos durante o cerco ao suspeito, mas nenhum dos três corre risco de vida, de acordo com as autoridades locais.

Pela manhã, o homem, que tinha cerca de 40 anos, foi à delegacia de Chapelle-sur-Erdre alegando um problema em seu veículo. Ao chegar lá, atacou a policial com uma faca —ela foi ferida na perna. Ele então roubou a pistola da vítima e fugiu, primeiro em um carro e, depois, a pé.

Policiais participam da busca pelo agressor na cidade de Chapelle-sur-Erdre
Policiais participam da busca pelo agressor na cidade de Chapelle-sur-Erdre - Loic Venance/AFP

As autoridades enviaram 250 policiais e dois helicópteros para procurá-lo. As escolas locais foram fechadas, e os alunos, mantidos confinados, segundo um funcionário da prefeitura. Depois que o agressor foi encontrado, ele disparou contra os policiais, que responderam. Na troca de tiros, o homem foi morto.

O ministro do Interior da França, Gerald Darmanin, afirmou que o agressor passou oito anos preso por ter cometido um crime violento —ele não revelou qual foi o delito— e foi solto em março.

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De acordo com Darmanin, o agressor nasceu na França, era muçulmano e se radicalizou durante o período na prisão. Por isso, acabou entrando na lista de vigilância, na qual são incluídas pessoas que as forças de segurança julgam ter potencial para cometer atentados.

Apesar disso, o ministro afirmou não ser possível dizer se o caso de fato foi um ato terrorista e que, ao menos inicialmente, a unidade que investiga esse tipo de ação não deve participar do caso. Ele informou ainda que o homem tinha recebido o diagnóstico de esquizofrenia. O debate sobre terrorismo deve ser um dos principais temas da próxima eleição presidencial francesa, que acontece em abril de 2022.

Assim, diversos pré-candidatos se manifestaram sobre o ataque desta sexta. “Agradeço às forças de segurança que subjugaram o autor deste ato insuportável", disse o conservador Xavier Bertrand, um dos nomes que deve estar na disputa do ano que vem.

"Recuso-me a deixar que os ataques aos nossos policiais se transformem na nossa rotina diária. Devemos lutar de uma vez por todas contra essa barbárie e nunca nos acostumar a isso, absolutamente nunca", afirmou a líder da ultradireita no país e uma das principais candidatas para o pleito, Marine Le Pen.

A ação desta sexta é apenas a mais recente de uma longa lista de episódios similares contra as forças de segurança na França nos últimos meses. Diante desse quadro, milhares de policiais se reuniram na semana passada no centro de Paris para exigir punições mais severas contra as agressões.

No início deste mês, o agente Eric Masson foi morto durante uma operação antidrogas na cidade de Aviñón, no sul da França. E, em abril, Stephanie Monfermé, uma funcionária da polícia, foi assassinada em um ataque, também com faca, em uma delegacia na cidade de Rambouillet, na periferia sul de Paris.

Em uma outra ocorrência, em outubro de 2019, na sede da polícia de Paris, um funcionário matou três policiais e uma pessoa do setor administrativo com uma faca, antes de ser morto.

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