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Com show visual, PC Chinês celebra 100 anos no espírito de que não haveria nova China sem o partido

Xi Jinping exaltou socialismo, abordou futuro do país e defendeu soberania em evento exuberante

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São Paulo

Em um espetáculo visual, o Partido Comunista Chinês celebrou seu centenário com um discurso de seu líder, Xi Jinping, que exaltou as conquistas do socialismo chinês e abordou o futuro da legenda e do país.

“Só o socialismo pode salvar a China”, afirmou ele ao público na Praça da Paz Celestial, em Pequim, na manhã desta terça (1º), noite de quarta no Brasil, e também aos que acompanharam a comemoração por meio de transmissões ao vivo via rádio, TV e internet. Conquistas do socialismo e exaltações ao sistema como grande responsável pelo sucesso do país ocuparam boa parte da fala do dirigente chinês.

Cerimônia em Pequim marca 100 anos do Partido Comunista Chinês
Cerimônia em Pequim marca 100 anos do Partido Comunista Chinês - Ju Zhenhua/Xinhua

A ode também esteve presente nas canções entoadas por um coro de 3.000 estudantes, constituído por crianças e adolescentes, que incluíram títulos como “Unidade é Força”, “Somos os Herdeiros do Comunismo”, "Socialismo é Bom” e “Sem Partido Comunista Não Haveria uma Nova China”.

O público, formado por militares e representantes de diferentes partes da sociedade, acompanhava as melodias tremulando bandeirinhas da China. Tudo era coreografado, desde as danças do coral até os cem disparos de canhão realizados, passando pelo balé de helicópteros e caças que formaram no céu a data do aniversário “7 1” (1º de julho, no formato mês e dia), o número cem e um arco íris.

Apesar de não ter havido desfile militar, chamaram a atenção os 15 caças J-20, os mais modernos das Forças Armadas do país. Antes dos discursos, 222 soldados marcharam, também perfeitamente sincronizados, entre o Monumento dos Heróis do Povo e o mastro para hastear a bandeira nacional.

Xi falou de um palanque que contava com a presença de importantes membros do partido, entre os quais seu antecessor, Hu Jintao. Logo no início da fala, comemorou o fim da pobreza no país, slogan das celebrações dos cem anos da legenda e objeto de controvérsias fora da China. Desde 2012, quando Xi assumiu o poder, o governo chinês injetou quase US$ 250 bilhões em programas de combate à miséria.

O líder chinês atribuiu essa e todas as outras conquistas do país ao socialismo e ao partido. Assim como louvou o sistema à chinesa, Xi frisou o quão fundamental o PC Chinês foi para que esse desenvolvimento fosse alcançado. “Sem o partido não haveria uma nova China e não haveria o rejuvenescimento [do país].”

Os momentos em que o dirigente foi mais aplaudido foram os de defesa da soberania chinesa.

“Nunca intimidamos, aprisionamos ou subjugamos o povo de outro país e nunca o faremos. E nunca permitiremos que quaisquer forças externas nos intimidem, aprisionem ou subjuguem", afirmou ele. "Qualquer um que ouse tentar fazer isso terá sua cabeça ensanguentada contra a Grande Muralha de aço forjada por mais de 1,4 bilhão de chineses.”

Outro momento de forte reação do público foi quando Xi disse que resolver a questão de Taiwan, que Pequim considera uma província rebelde, é um “compromisso inabalável” do PC Chinês. Disse ainda que a China defende o arranjo “um país, dois sistemas” que, em tese, vigora em Hong Kong e Macau, mas sublinhou a importância da lei de segurança nacional, que levou diversos opositores à prisão.

Em outra questão que atrai atenção internacional, Xi ressaltou que existe “grande unidade” entre os 56 grupos étnicos do país. O governo, no entanto, é acusado de violar direitos humanos contra a minoria muçulmana uigur, na província de Xinjiang.

Sobre o futuro do país, Xi ressaltou a importância central do partido e de seus princípios para garantir a continuidade do desenvolvimento chinês e alcançar o objetivo dos próximos cem anos: o rejuvenescimento da nação, palavras que estiveram muito presente em sua fala. “Sempre mantenham laços próximos com as pessoas”, aconselhou ele aos membros atuais e futuros do partido, para que continuem fiéis à missão da sigla. Em mensagem aos jovens, Xi disse que eles precisam ser mais confiantes para contribuir com o país e o partido, mensagem recebida com mais aplausos.

Após cerca de uma hora de fala, o líder chinês encerrou seu discurso com um entusiasmado “vida longa ao grande e glorioso Partido Comunista da China, vida longa ao grande heróico povo chinês!”.

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Havia grande expectativa em torno do evento, que se manteve quase todo em segredo durante sua organização. A segurança na capital foi reforçada, estradas foram isoladas, e estações de metrô e áreas populares de compras, como Wangfujing, fechadas.

Além do grande evento desta quinta e de outras comemorações que já começaram nas 23 províncias do país, o Banco Popular Chinês, em uma prática já comum durante celebrações, deu início à emissão de moedas comemorativas na última semana. Ao todo, serão nove, sendo três em ouro, cinco em prata e uma em cobre. Uma das moedas de ouro traz a imagem do primeiro Congresso do PC Chinês, em Xangai.

Selos especiais também foram lançados e mostram “a jornada extraordinária de 100 anos” do partido, segundo a imprensa oficial. As imagens incluem o emblema do partido e a Grande Muralha.

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