Descrição de chapéu África terrorismo

Grupo rival diz que líder do Boko Haram cometeu suicídio

No mês passado, autoridades nigerianas haviam afirmado que Abubakar Shekau estava morto ou gravemente ferido

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Maiduguri (Nigéria) | AFP e Reuters

O grupo militante Estado Islâmico da Província da África Ocidental (Iswap, na sigla em inglês) disse, em gravações de áudio obtidas pelas agências de notícias AFP e Reuters neste domingo (6), que Abubakar Shekau, líder da facção islâmica nigeriana Boko Haram, cometeu suicídio durante um combate entre membros dos dois grupos.

Uma pessoa que se identifica como o líder do Iswap, Abu Musab al-Barnawi, afirma na gravação que Shekau morreu em 18 de maio após detonar um explosivo enquanto era perseguido pelos rivais.

O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, em imagem capturada de vídeo obtido em 2018 - 15.jan.18/Reuters

"Abubakar Shekau, Deus o julgou enviando-o para o céu", diz o homem. "Shekau preferiu ser humilhado na vida após a morte a ser humilhado na Terra, e ele se matou instantaneamente detonando um explosivo."

Na gravação, ele explica que seus combatentes perseguiam Shekau por ordem da liderança do grupo. Ao líder do Boko Haram teria sido oferecida a chance de se render e se juntar ao Iswap, mas a oferta foi recusada.

No mês passado, autoridades nigerianas produziram um relatório de inteligência afirmando que Shekau estava morto ou, ao menos, gravemente ferido. Segundo o documento, os militantes do Iswap teriam exigido que Shekau fizesse um juramento de lealdade a Al-Barnawi.

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O que aconteceu depois tem duas versões diferentes: em uma delas, o líder do Boko Haram teria usado uma arma, uma granada ou um tipo de cinto para tirar a própria vida. Outra versão, de acordo com o jornal britânico The Guardian, assemelha-se mais ao relato no áudio divulgado neste domingo, ao dizer que Shekau teria detonado explosivos na casa em que estava escondido com seus homens.

Segundo analistas políticos, a morte de Shekau pode levar ao fim de uma rivalidade violenta entre os dois grupos, permitindo que o Iswap absorva os combatentes do Boko Haram e consolide seu domínio no nordeste da Nigéria. Isso permitiria ao Iswap concentrar sua ação no governo e nas Forças Armadas, cujos esforços de guerra estão se esgotando.

Shekau, cuja morte já havia sido anunciada em outras ocasiões, é considerado o responsável por liderar a transformação do Boko Haram de uma seita islâmica clandestina em 2009 em uma insurgência completa, matando, sequestrando e saqueando em todo o nordeste da Nigéria.

Estima-se que o grupo tenha matado mais de 30 mil pessoas, forçado cerca de 2 milhões a fugir de suas casas e gerado uma das piores crises humanitárias do mundo.

Já o Iswap fazia parte do Boko Haram, mas há cinco anos se separou dele e jurou fidelidade ao Estado Islâmico —a ruptura ocorreu por divergências sobre o assassinato de civis pelo grupo.

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