Descrição de chapéu União Europeia

Macron leva tapa no rosto durante visita a cidade francesa; veja

Damien Tarel, 28, foi condenado a 18 meses de prisão por agressão a presidente, que cumprimentava moradores

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Bruxelas

O presidente da França, Emmanuel Macron, levou um tapa no rosto na tarde desta terça (8, manhã no Brasil), durante visita a Tain-l'Hermitage, na região do Drôme, no sudeste do país.

Vídeos do incidente publicados em rede social mostram Macron se aproximando para cumprimentar moradores que estão atrás de uma barreira de metal.

Ele encosta a mão no braço esquerdo de um homem que, em seguida, segura o presidente e o esbofeteia com força, com a mão direita. Apesar da agressão, Macron voltou a cumprimentar pessoas ao lado, depois de ser brevemente afastado por sua equipe.

Segundo a prefeitura de Valence, Macron se aproximou dos moradores porque foi chamado por eles, quando saía de uma visita a uma escola de hotelaria.

Embora as imagens mostrem claramente o tapa, uma equipe de comunicação da Presidência no local afirmou que o golpe não acertou o líder francês e que ele foi aparado por seguranças. “Um homem tentou bater no presidente. Não temos mais comentários a fazer neste momento”, disse um funcionário.

No vídeo, ouvem-se também os gritos "abaixo o macronismo" e "Montjoie Saint Denis!", lema monarquista usado como grito de guerra a partir do reinado de Luis 6º e adotado pela Ação Francesa, que prega a restauração da monarquia. Em 2019, três membros da organização foram condenados por jogar uma torta na cara de um político, também gritando o slogan de guerra.

Não há confirmação, porém, de que o agressor, Damien Tarel, 28, faça parte do grupo. Sem antecedentes criminais, ele admitiu ter batido no rosto do presidente. Por "violência contra pessoa que detém autoridade pública", Damien foi condenado nesta quinta (10) a 18 meses de prisão, 14 deles com suspensão condicional da pena, deverá trabalhar ou fazer treinamento e está proibido de portar arma por cinco anos.

A sentença foi dada por um tribunal da cidade de Valence, na mesma região onde se passou o caso. Durante a audiência, o promotor Alex Perrin considerou que a agressão, que qualificou de "absolutamente inadmissível", foi um "ato de violência deliberada".

Perrin disse estar preocupado com um possível risco de reincidência, assegurando que percebeu "uma espécie de determinação fria" no homem que disse simpatizar com o movimento dos coletes amarelos —que surgiu em 2018 contra um novo imposto sobre combustíveis e se desdobrou em demandas mais amplas que questionam o alto custo de vida no país.

Sequência mostra o presidente de camisa branca se aproximando de homem de camiseta verde e máscara, que depois lhe bate no rosto com a mão direita
Cenas de vídeo que mostram momento em que o presidente francês, Emmanuel Macron, é agredido em visita ao sudeste da França - AlexpLille no Twitter/Reprodução

O líder francês, que deve concorrer à reeleição no próximo ano, está percorrendo o país no que o governo chama de “viagem pela França dos territórios”. Às vésperas de uma nova fase do desconfinamento, na qual restaurantes poderão voltar a servir seus clientes em espaços internos, Macron focou a viagem a Drôme em gastronomia. Depois do incidente, almoçou com empresários do setor na cidade de Valence.

O tapa no presidente foi criticado por nomes à esquerda e à direita na França. A líder de ultradireita Marine Le Pen, principal rival de Macron nas próximas eleições, afirmou que "esse tipo de comportamento é inaceitável e profundamente condenável numa democracia".

Ela, que tem tentado "desdemonizar" seu partido, o Reunião Nacional, do rótulo de extremista e posicioná-lo como "nacionalista" em oposição aos "globalistas", aproveitou para reforçar essa estratégia. "É inadmissível agredir fisicamente líderes políticos, mas ainda mais o presidente da República", afirmou.

"Quem dá um tapa no presidente está esbofeteando a República", afirmou também o líder da bancada republicana, Damien Abad.

Antes de ser agredido, Macron havia feito uma declaração defendendo o fim da violência e do ódio na política, segundo o jornal Le Monde.

Na democracia, as oposições podem se expressar livremente, na rua, na imprensa, na televisão. E é então expressa em intervalos regulares nas urnas. A contrapartida disso é o fim da violência e do ódio. Se o ódio e a violência voltam, enfraquecem apenas uma coisa: a democracia. Por isso, peço a todos que sejam respeitosos e calmos", disse ele na visita à escola de gastronomia.

As agressões mais recentes ao presidente haviam ocorrido no final de 2018, durante protestos dos coletes amarelos —movimento iniciado após tentativa de elevar impostos sobre combustíveis. Na ocasião, um carro em que ele estava foi bloqueado por manifestantes.

Com AFP

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