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Manifestante morre em confronto em bloqueio de estrada na Colômbia

País vive onda de protestos contra o governo há quase dois meses

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Bogotá | AFP

Em um novo confronto entre policiais e manifestantes que bloqueiam estradas em Cali, na Colômbia, um ativista morreu e quatro agentes ficaram feridos.

A Colômbia enfrenta uma onda de protestos desde o fim de abril. Os atos começaram como críticas a uma proposta de reforma tributária. Apesar de o projeto ter sido retirado, a violenta repressão às manifestações —ao menos 62 pessoas já morreram— seguiu alimentando o descontentamento.

Atualmente, os protestos têm pautas diversas, como a melhora nas condições de vida da população.

Manifestantes e policiais se enfrentam em Cali
Manifestantes e policiais se enfrentam em Cali - Paola Mafla - 17.jun.21/AFP

Na tarde de quinta-feira (17), a polícia tentou dispersar homens encapuzados que montaram uma barricada em uma das entradas de Cali, cidade que se tornou epicentro dos protestos.

“Nossos policiais foram recebidos com tiros, deixando um policial ferido por arma de fogo e outros três lesionados”, disse o subcomandante da polícia de Cali, coronel Guillén Amaya, em nota à imprensa nesta sexta-feira.

Juan David Muñoz, 23, que estava na barricada, morreu durante o confronto, disse à agência de notícias AFP um porta-voz da Secretaria de Segurança da cidade, sem dar detalhes sobre a causa da morte.

“A última opção é a força letal, mas quando dispararam contra nossos policiais, eles reagiram com suas armas de forma legítima”, disse Carlos Soler, secretário de Segurança de Cali.

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O confronto, que também deixou quatro veículos incinerados, ocorreu em uma área conhecida como Paso del Comercio, onde manifestantes interromperam o tráfego com bloqueios desde o fim de abril.

Embora o Comitê de Greve Nacional, o grupo mais visível do protesto, tenha suspendido as manifestações na terça-feira, outros setores insatisfeitos com o governo mantêm marchas, concentrações e bloqueios ativos em várias partes de Cali e Bogotá.

No começo de junho, o comitê interrompeu as conversas que mantinha desde o início de maio com o governo, sem chegar a um acordo para acabar com a crise. A organização exigia uma condenação explícita da brutalidade policial e um pedido de desculpas pelos excessos. O governo, por sua vez, defendeu o fim dos bloqueios de estradas como condição para o avanço das negociações.

As mobilizações têm sido, em sua maioria, pacíficas durante o dia, mas à noite costumam se tornar violentas, com fortes confrontos entre civis e policiais. ONU, Estados Unidos, União Europeia e ONGs denunciaram graves excessos cometidos pelas forças públicas. Na quinta, Eamon Gilmore, enviado especial da União Europeia, expressou ao presidente colombiano, Iván Duque, a preocupação dos países europeus pelas mortes de manifestantes colombianos nos atos.

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