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Milhares vão às ruas na França contra ascensão da extrema direita

Em Paris, um jovem jogou farinha no rosto de candidato de esquerda à Presidência

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Paris | AFP

Mais de 37 mil pessoas foram às ruas em 119 cidades da França neste sábado (12), segundo o Ministério do Interior, para denunciar a ascensão da extrema direita no país.

As organizações de esquerda que convocaram a Marcha das Liberdades querem chamar a atenção para o aumento do que chamam de "ataques contra as liberdades". A França se prepara para sua próxima eleição presidencial, no ano que vem.

Manifestantes em Paris participam da Marcha das Liberdades, convocada por organizações para combater a ascensão da extrema direita
Manifestantes em Paris participam da Marcha das Liberdades, convocada por organizações para combater a ascensão da extrema direita - Sameer Al-Doumy/AFP

Em Paris, onde cerca de 9.000 participaram da passeata, um jovem jogou farinha no rosto do candidato de esquerda à Presidência Jean-Luc Mélenchon, líder do partido França Insubmissa (LFI), que conversava com a imprensa.

Mélenchon falou que há uma enorme tensão e que “um limite foi ultrapassado”, dias depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, receber um tapa durante uma visita ao sudeste do país.

No vídeo que mostra a cena, passada em Tain-l'Hermitage, na região do Drome, ouvem-se gritos de "abaixo o macronismo" e "Montjoie Saint Denis!", lema monarquista usado como grito de guerra a partir do reinado de Luis 6º e adotado pela Ação Francesa, que prega a restauração da monarquia.

Em 2019, três membros da organização foram condenados por jogar uma torta na cara de um político, também gritando o slogan de guerra.

Esses incidentes se somam a um clima já tenso devido aos protestos policiais e ao avanço nas urnas do Reagrupamento Nacional, ex-Frente Nacional, sigla de direita liderada por Marine Le Pen, em um contexto de divisão da esquerda a respeito de laicismo, liberdades e segurança.

De acordo com as pesquisas de opinião, as coalizões de esquerda não conseguiriam ir para o segundo turno da votação presidencial, que o atual presidente disputaria contra Le Pen.

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Os manifestantes também criticaram o governo de centro-direita de Macron, a quem acusam de seguir na esteira da extrema direita devido a leis que consideram contrárias às liberdades individuais.

Essas ideias “deixaram de ser monopólio dos partidos de extrema direita [...] e foram amplamente difundidas na classe política”, afirmou Benoît Hamon, ex-candidato socialista à Presidência de 2017.

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