Descrição de chapéu África twitter Facebook

Nigéria suspende Twitter após plataforma remover post de presidente

Bloqueio foi feito por empresas de comunicação a partir deste sábado (5)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Abuja (Nigéria) | Reuters

Empresas de telecomunicações da Nigéria bloquearam o acesso de usuários ao Twitter neste sábado (5), após uma diretriz que pretende suspender a rede social americana por tempo indeterminado. O ato foi criticado por defensores de direitos humanos e diplomatas e apontado como um obstáculo à liberdade de expressão no país.

Um homem observa notícia sobre a suspensão do Twitter em jornais na Nigéria
Um homem observa notícia sobre a suspensão do Twitter em jornais na Nigéria - Afolabi Sotunde/Reuters

"Com base nas disposições de interesse nacional ... nossos membros agiram em conformidade com as diretrizes da Comissão de Comunicações da Nigéria", disse a Associação de Operadores de Telecomunicações Licenciados da Nigéria (Alton), confirmando a suspensão.

O governo da Nigéria disse nesta sexta (4) que suspendeu as atividades do Twitter indefinidamente —o que aconteceu dois dias depois da plataforma remover uma postagem feita pelo presidente, Muhammadu Buhari, em que ele ameaçava punir separatistas.

Na sequência da suspensão, o procurador-geral do país afirmou que aqueles que violarem as regras serão processados.

Segundo o jornal The New York Times, ativistas e intelectuais nigerianos conseguiram continuar postando publicações mesmo depois da suspensão neste sábado usando servidores privados —muitos, usando a hashtag “Thank God for VPN” (“grato a Deus pelo VPN”, na tradução livre).

O ministro da Informação, Lai Mohammed, afirmou na sexta-feira que o governo tomou a decisão devido ao “uso persistente da plataforma para atividades que podem minar a existência da Nigéria”.

O Ministério da Informação publicou o anúncio da suspensão do Twitter —na própria rede social.

O governo de Buhari propôs, no ano passado, uma legislação para regular as redes sociais depois de protestos que alegavam brutalidade policial ganharem proporção devido a campanhas no Twitter.

A plataforma afirmou no sábado que vai trabalhar para recobrar o acesso a todos aqueles que dependem do Twitter na Nigéria para se comunicar e para se conectar com o mundo. Também afirmou, em sua conta, que a suspensão é “muito preocupante”.

A Anistia Internacional, grupo de direitos humanos, condenou o episódio em uma publicação no Twitter e pediu às autoridades nigerianas “a reversão imediata da suspensão ilegal e de outros planos para suprimir a mídia e os direitos humanos no país”.

Recentemente, mais de 100 crianças foram raptadas de uma escola no oeste da Nigéria, elevando para 700 o total de estudantes sequestrados no país nos últimos seis meses.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.