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Organização Trump é indiciada por crimes fiscais em Nova York

Caso é ponta de investigação em torno dos negócios do ex-presidente dos EUA

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São Paulo

A Organização Trump, que pertence à família do ex-presidente dos EUA Donald Trump, e um de seus principais executivos financeiros, Allen Weisselberg, foram indiciados por crimes fiscais pela promotoria de Manhattan, em um processo que deve ser formalizado nesta quinta (1º), segundo disse à agência de notícias Reuters uma pessoa próxima ao tema. Espera-se que Weisselberg se apresente às autoridades.

As acusações, feitas pelo promotor Cyrus Vance, dizem respeito à evasão de impostos sobre vantagens adicionais concedidas a funcionários do grupo, que gere diversas empresas do republicano. No caso específico de Weisselberg, 73, ele teria recebido benefícios, como um apartamento e carros de luxo no valor de centenas de milhares de dólares, que, no entanto, não constavam em declarações fiscais.

O republicano Donald Trump durante comício no Texas nesta quarta (30) - Brandon Bell/Getty Images/AFP

Entrevistas feitas pela promotoria de Manhattan com 18 pessoas ligadas ao executivo, assim como a revisão de arquivos e registros financeiros, mostraram a relação próxima que o funcionário tem com Trump, com quem trabalha há cerca de 50 anos. "Allen é um soldado", disse John Burke, um ex-executivo de Trump, ao jornal The New York Times. "Ele era bom para fazer o que Donald queria que ele fizesse."

A ex-esposa de Barry, primogênito de Weisselberg, ajudou a promotoria na investigação após um divórcio turbulento e definiu a relação do ex-sogro com Trump como "Batman e Robin". Há a expectativa de que, com as acusações, Weisselberg passe a colaborar com a promotoria, algo que se negou a fazer até agora.

Na segunda, o advogado de Trump, Ronald Fischetti, afirmou ter sido informado pelos promotores de que o ex-presidente não seria indiciado na investigação. A organização que leva seu nome, porém, caso condenada, pode receber multas, além de perder muitos parceiros comerciais.

Em meio a esse cenário, o republicano retomou uma agenda de comícios. O primeiro foi no estado de Ohio, no último sábado. Em seus discursos, Trump tenta imprimir a imagem de que está sendo perseguido política e judicialmente e, na segunda, em um comunicado, alegou que os procuradores do caso são parciais e que as acusações contra sua organização não constituem crimes.

O promotor Vance, um democrata, vem investigando Trump há cerca de três anos e examinou diversos possíveis delitos, como a manipulação dos valores de imóveis para reduzir o pagamento de impostos. O foco da acusação atual, de evasão de impostos relacionados a benefícios adicionais para funcionários, cresceu no último ano. O gabinete da procuradora-geral de Nova York, a também democrata Letitia James, somou forças ao trabalho da promotoria de Manhattan.

O indiciamento desta quarta é apenas a ponta do iceberg de uma investigação maior dos negócios de Trump, que deve ter mais desdobramentos em breve. O republicano se tornou o primeiro presidente americano a enfrentar dois processos de impeachment, dos quais foi absolvido. Pelos discursos de ódio que propaga, também sofreu retaliações de redes sociais: foi banido do Twitter e do Facebook.

Com The New York Times e Reuters

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