Resto de prédio que desabou na Flórida é demolido em explosão controlada; veja

Ação foi tomada para facilitar retomada das buscas; edifício poderia cair devido à chegada de tempestade tropical à região

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São Paulo | AFP

O resto do prédio de 12 andares que desabou parcialmente em uma cidade da Flórida há 11 dias foi demolido na noite deste domingo (4, madrugada de segunda no Brasil) em uma explosão controlada.

As autoridades decidiram demolir os restos ​​do prédio, que ficava em Surfside, ao norte de Miami Beach, devido à chegada da tempestade tropical Elsa à região —a previsão é que isso aconteça ainda nesta terça.

A demolição ocorreu em um momento em que famílias ainda esperam angustiadas por notícias dos 117 desaparecidos no desabamento. O temor era o de que a tempestade provocasse o desmoronamento do resto do edifício, o que colocaria as equipes de resgate em perigo.

O colapso parcial deixou ao menos 28 mortos, e as buscas pelas vítimas foram suspensas no fim de semana para preparar a demolição devido às preocupações sobre a estrutura instável do edifício.

"A demolição está limitada à área próxima ao prédio", afirmou a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Cava Levine, durante entrevista coletiva. Ela, porém, pediu aos moradores da área que evitassem sair de casa devido à poeira gerada pela explosão controlada.

"Destruir este prédio, visto que uma tempestade está chegando e nós teríamos que fazer isso de qualquer maneira, é prudente", disse o governador da Flórida, Ron DeSantis, no sábado, ao confirmar a medida.

Levine disse que "demolir o prédio de maneira controlada" foi "essencial para expandir" a operação de busca, já que as equipes não puderam aprofundar o trabalho devido ao risco de desabamento.

Resto da torre Champlain South é demolido em Surfside, Flórida, ao norte de Miami Beach
Resto da torre Champlain South é demolido em Surfside, Flórida, ao norte de Miami Beach - Giorgio Viera - 4.jul.21/AFP

Entre os moradores do prédio que caiu estavam alguns brasileiros, como a empresária Deborah Soriano, 58. Embora o desabamento tenha acontecido de madrugada, ela estava acordada limpando a casa após um jantar quando sentiu uma explosão e foi jogada para o outro lado do cômodo.

Quando abriu a porta de seu apartamento, deparou-se com o vazio. “Não tinha ideia do que estava acontecendo, se era ataque terrorista, se era terremoto, não deu para captar”, conta. “Fui ao terraço e vi tipo uma neblina, não dava para enxergar nada. Quis sair, abri a porta do apartamento e não tinha corredor. Não tinha mais nada. Estava tudo despencado.”

Deborah conseguiu sair pela escada de emergência, encontrou outros vizinhos na parte de baixo, mas as portas estavam bloqueadas pelo entulho. “A gente achou um buraco na parede, se meteu por esse buraco, foi de buraco em buraco até conseguir sair perto da frente do prédio. Aí os bombeiros vieram com um monte de escadas. Foi bem louco, na verdade, não sei nem quanto tempo durou tudo isso.”

Bombeiros buscam sobreviventes em meio a escombros do Champlain Towers South, em Surfside, na Flórida
Bombeiros buscam sobreviventes em meio a escombros do Champlain Towers South, em Surfside, na Flórida - Chandan Khana - 30.jun.21/AFP

Erick de Moura, outro brasileiro que morava no prédio, salvou-se do desabamento ao atender ao pedido da namorada para que dormisse na casa dela naquela noite.

O complexo Champlain Towers South, construído há 40 anos, tinha 12 andares e 136 apartamentos. O bloco com vista para o mar desabou por motivos que estão sendo investigados.

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Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitou Surfside acompanhado da mulher, Jill, para prestar condolências a parentes das vítimas e se reunir com autoridades locais. A Casa Branca determinou o envio de recursos e agentes para ajudar nas buscas. Biden não visitou a área do desabamento, mas compareceu ao memorial instalado a um quarteirão do local. ​

Um relatório sobre o estado do edifício indicava já em 2018 "danos estruturais significativos", bem como "fissuras" no estacionamento do edifício. A divulgação de uma carta da presidente da associação de coproprietários datada de abril alimentou o debate sobre se o desastre poderia ter sido evitado.

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