Suspeito de assassinar presidente do Haiti foi informante dos EUA

Um dos detidos atuou para agência antidrogas e outros para FBI, diz emissora americana

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São Paulo

Alguns dos suspeitos de assassinar o presidente do Haiti, Jovenel Moïse, na última quarta-feira (7), foram informantes da DEA (agência americana de combate às drogas) e do FBI (polícia federal dos EUA), segundo falaram pessoas próximas ao assunto, sob condição de anonimato, à emissora CNN.

Um dos detidos pela polícia haitiana já trabalhou como informante para a DEA, informação confirmada pelo próprio órgão em comunicado à emissora. “Após o assassinato do presidente Moïse, o suspeito procurou seus contatos na DEA. Um funcionário da agência designado para o Haiti instou o suspeito a se render às autoridades locais e, junto com o Departamento de Estado dos EUA, forneceu informações ao governo haitiano que ajudam na rendição e prisão do suspeito e de outro indivíduo”, diz o texto.

O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, durante entrevista coletiva quando ainda era candidato
O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, durante entrevista coletiva quando ainda era candidato - Luz Sosa - 5.nov.15/Xinhua

A agência afirmou ainda saber que os suspeitos de entrar na residência do presidente haitiano se identificaram como agentes da DEA, mas negou que eles estivessem atuando em nome do órgão.

Um funcionário da DEA, sob condição de anonimato, disse à agência de notícias Reuters que o informante é um dos dois haitianos-americanos detidos, mas não disse qual deles. Dois haitianos com nacionalidade americana já foram presos —eles foram identificados como James J. Solages, 35, e Joseph Vincent, 55.

Segundo o New York Times, eles dizem terem sido contratados como tradutores.

Outros suspeitos também já tiveram ligações com os EUA, inclusive como informantes do FBI, segundo pessoas próximas ao assunto falaram à CNN. A polícia federal americana respondeu, no entanto, que não comenta sobre informantes, a não ser para dizer que usa “fontes legítimas para coletar” informações de inteligência como parte de suas investigações.

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A polícia do Haiti já prendeu 18 colombianos, além de Christian Emmanuel Sanon, 63, médico haitiano que vive na Flórida, acusado de planejar o assassinato de Moïse para assumir o comando do país.

Os agentes dizem ter chegado a Sanon após interrogarem os colombianos presos. Eles apontam terem sido contratados pelo médico por meio da empresa de segurança venezuelana CTU, com sede na Flórida.

Ainda de acordo com o New York Times, ao ir atrás de Sanon, a polícia encontrou na casa dele um boné da DEA, munição, seis pistolas, 24 alvos de tiro não usados e quatro placas de carro da República Dominicana, país vizinho por onde entrou parte dos colombianos presos na operação.

As motivações em torno do assassinato de Moïse seguem sem serem esclarecidas. Segundo o jornal Miami Herald, alguns dos suspeitos detidos disseram, em depoimento, que receberam a missão de prender Moïse e levá-lo ao palácio presidencial, mas que, ao chegar, encontraram-no morto.

De acordo com a imprensa local, Moïse foi achado com ao menos 12 marcas de tiros. “O escritório e a sala foram saqueados. Nós o encontramos deitado de costas, [usando] calça azul, camisa branca manchada de sangue e boca aberta”, disse o magistrado Carl Henry Destin ao jornal haitiano Le Nouvelliste.

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