Descrição de chapéu The New York Times

Aumento de hispânicos e asiáticos alimenta crescimento populacional dos EUA

Censo mostra que a população branca diminuiu pela primeira vez na última década

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Sabrina Tavernise Robert Gebeloff
The New York Times

Os Estados Unidos se tornaram significativamente mais diversificados na última década, conforme as populações que se identificam como hispânica e asiática aumentaram e o número de pessoas que se dizem mestiças (mais de uma raça) cresceu, segundo relatou o Bureau do Censo nesta quinta-feira (12).

A população total cresceu de forma drasticamente mais lenta na última década. O crescimento que ocorreu —cerca de 23 milhões de pessoas— foi formado inteiramente por aqueles que se identificaram como hispânicos, asiáticos, pretos e mestiços, mostra a primeira análise de dados raciais e étnicos do censo de 2020.

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Durante celebração da comunidade vietnamita em Austin, no Texas, mulher explica detalhes do censo demográfico dos EUA - Go Nakamura - 12.ago.21/The New York Times

A população branca dos Estados Unidos diminuiu durante a última década, pela primeira vez no registro oficial. As pessoas que se identificam como brancas no formulário do censo vêm declinando como porcentagem da população do país desde os anos 1960, quando os EUA se abriram mais para imigrantes não europeus.

Essa redução foi conduzida em parte pelo envelhecimento da população branca e por uma queda acentuada na taxa de nascimentos.

O maior aumento isolado foi entre pessoas que se identificaram como mestiças, categoria racial e étnica que apareceu pela primeira vez em 20 anos no formulário e hoje é a de maior crescimento. Essa população mais que duplicou.

"Estamos em um tempo estranho demograficamente", disse Tomás Jiménez, sociólogo da Universidade Stanford que escreve sobre imigrantes, assimilação e mobilidade social. "Há mais opções do que nunca sobre nossas identidades individuais e como as apresentamos. Podemos inferir muito menos sobre quem é uma pessoa com base nos quadradinhos que ela marca, em comparação com períodos anteriores."

Os números divulgados nesta quinta-feira são a primeira imagem do censo mais recente sobre as mudanças na população dos EUA abaixo do nível estadual.

As cinco maiores cidades do país são Nova York, Los Angeles, Chicago, Houston e Phoenix. Filadélfia é hoje a sexta cidade, tirada do quinto lugar por Phoenix, que foi a de crescimento mais rápido entre as 20 maiores do país. Sua população aumentou 9,4%.

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The Villages, comunidade de aposentados na Flórida, foi a área metropolitana de crescimento mais rápido do país. E o condado de McKenzie, na Dakota do Norte, o de mais rápido crescimento na última década. Sua população mais que duplicou.

Os dados, que oferecem a imagem mais detalhada sobre raças nos EUA desde o último censo decenal, em 2010, são a base para o "redistritamento", processo em que os Legislativos redesenham os limites dos distritos eleitorais com base nas mudanças da população de seus estados.

O aumento do número de pessoas que se identificam como asiáticas e hispânicas foi menos drástico do que nas décadas anteriores, mas ainda muito mais robusto que o aumento do número de americanos que marcaram o quadrado de "branco" ou "preto".

Os dados mostram que os hispânicos representaram cerca da metade do crescimento do país na última década, aumentando em torno de 23%. A população asiática cresceu mais rápido que o esperado —cerca de 36%, aumento que representou quase um quinto do crescimento do país.

Quase 1 em cada 4 americanos se identifica como hispânico ou asiático. A população preta cresceu 6%, o que representa cerca de um décimo do crescimento nacional. Os americanos que se identificam como não hispânicos e mestiços aumentaram mais depressa, saltando de 6 milhões para 13,5 milhões.

E na que parece ser a maior mudança em como os hispânicos pensam sobre sua identidade racial, um terço deles relataram pertencer a mais de uma raça, contra 6% em 2010. Isso significa que os hispânicos hoje são quase duas vezes mais propensos a se identificar como multirraciais do que como brancos.

A origem hispânica é contada como uma etnia, que é uma categoria diferente de raça. Mas os hispânicos também podem marcar quadrados de raça.

Os Estados Unidos têm se tornado mais diversificados há décadas, mas recentemente o ritmo se acelerou. As pessoas brancas não hispânicas constituíram 46% do crescimento populacional nos anos 1970, 36% nos 1980 e 20% nos 1990, mas apenas 8% do crescimento na primeira década deste século e zero nos anos 2010.

"Este é um momento crucial para o país em termos de sua diversidade", disse William Frey, demógrafo-chefe no Instituto Brookings. "Parte da nossa população está envelhecendo e crescendo devagar. Para compensar isso, temos pessoas não brancas que são mais jovens e aumentam mais rapidamente. Elas estão ajudando a nos projetar mais longe em um século em que a diversidade será a assinatura de nossa demografia."

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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